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Terça-Feira, 23 de Abril de 2024

As dez ‘boiadas’ de Doria
Do Diário do Grande ABC
31/08/2020 | 23:59
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Lembram da expressão do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ‘passar uma boiada’? Ele se referia à flexibilização de normas ambientais para avanço do agronegócio, tudo isso enquanto atenção da mídia está voltada para a Covid-19. Pois bem, a estratégia de usar a pandemia – tragédia que já fez mais de 112 mil vítimas fatais e mais de 3,5 milhões de pessoas doentes – passou a ser utilizada também pelo governador João Doria. O tal ‘não sou político, sou gestor’ enviou projeto de lei para a Assembleia Legislativa que extermina dez órgãos públicos e autarquias, todos serviços essenciais à população.

Só na área da saúde pública, o João quer acabar com a Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), o que pode afetar inclusive este terrível momento de pandemia que estamos vivendo, pois a autarquia é responsável pelo controle de epidemias; a Furp (Fundação para o Remédio Popular), que fabrica e fornece medicamentos para mais de 3.000 municípios do País; a Fosp (Fundação Oncocentro de São Paulo), que presta serviço de excelência no atendimento a pacientes com câncer de todo o Brasil. É maldade sem tamanho, disfarçada em necessidade de redução de custos. Ora, muitos dos órgãos se sustentam e não acarretam nenhum prejuízo ao Estado, sendo alguns superavitários. Trata-se da política de sucateamento do serviço público para favorecer o setor privado, largando o prejuízo sempre nas mãos dos mais pobres.

Outras autarquias e instituições poderão ser extintas pelo governo João Doria, são elas: a Fundação Zoológico, a CDHU, que hoje é a maior companhia responsável por gerar moradia popular no Brasil, sendo que, no Estado de São Paulo, temos deficit habitacional estimado em mais de 1 milhão de moradias; a EMTU, que tornará os serviços de transportes por ônibus intermunicipais ainda mais precários em cinco regiões metropolitanas no Estado; o Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo); o Imesc (Instituto de Medicina Social e de Criminologia); o Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo) e a Itesp (Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo José Gomes da Silva). Não podemos deixar extinguir nenhuma dessas autarquias e empresas públicas. Cada uma delas tem sua importância para desenvolvimento do Estado e têm enorme relevância na assistência e serviços aos que mais precisam.

Doria está aproveitando a pandemia para passar várias ‘boiadas’ e não se trata de problema da Assembleia Legislativa ou dos 94 deputados, lá é apenas o matadouro e, infelizmente, Doria tem ao seu lado deputados com o mesmo objetivo perverso e que definitivamente não estão ao lado do povo paulista.

Luiz Fernando Teixeira Ferreira é deputado estadual em São Paulo.


PALAVRA DO LEITOR

R$ 89 mil – 1
Jair Bolsonaro, por que a sua mulher, Michele, ganhou R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?
Felipe Luís Simão
Ribeirão Pires

R$ 89 mil – 2
Bolsonaro, por que a Michele recebeu R$ 89 mil do Queiroz?
Francisco Ferri
São Bernardo

Na história
O maior deficit público da história do País – contas do setor público, formado por União, Estados, municípios e estatais, devem ter rombo de R$ 912,4 bilhões em 2020, segundo a IFI (Instituição Fiscal Independente) do Senado Federal. A maior retirada de dinheiro da poupança da história do País – no primeiro bimestre de 2020 os saques líquidos somaram R$ 15,927 bilhões. O maior crescimento da dívida pública – pode chegar a R$ 700 bilhões neste ano. Os combustíveis mais caros da história do País. A maior cotação do dólar da história do País. O pior presidente da história do País.
Maria Terezinha Machado
Ribeirão Pires

Às vésperas
Sobre a reportagem ‘Crescimento populacional na região segue tendência nacional’ (Setecidades, dia 28), estamos crescendo – quantitativamente – às vésperas de um novo normal pós-pandemia, e às vésperas de eleições municipais. Cada candidato a prefeito, não importa o tamanho da cidade, se não tiver tempo para ler, deve pedir a um assessor que o leia e faça sessões de debate com seu corpo técnico e político para perceber e entender o novo mundo urbano que surge e as novas ferramentas disponíveis para construí-lo.
José Lourenço Pechtoll
Santo André

Habitação
Que o Brasil tem deficit habitacional, todos sabemos. Sabemos também que é fruto de roubalheira e falta de política pública para enfrentar um dos principais problemas do País ao longo de décadas. Não bastasse isso, existem obras inacabadas, gerando maior custo quando reiniciadas, se é que vão. Também tem a questão da qualidade, como temos visto em vários locais. Em São Bernardo, foram entregues 420 apartamentos em novembro de 2019 e, acreditem, um mês após começaram problemas com infiltrações, rachaduras, janelas soltas etc (Setecidades, dia 28). Nessa obra foram investidos R$ 51,7 milhões. Não custa nada fazer de forma simples, porém, benfeita. Tem conjuntos habitacionais de boa qualidade, mas nem sempre é a regra. E deveria ser. Agora a culpa não é de ninguém. A Secretaria de Habitação da cidade joga a culpa na Caixa, responsável pela contratação da construtora Enplan Engenharia. A Caixa, por sua vez, diz que a construtora é responsável pela construção e manutenção dos imóveis. Fica a pergunta: quem fiscaliza o andamento das obras? Não seria a Secretaria de Habitação junto com a Caixa? No fim, quem fica com o abacaxi é o morador. Lamentável.
Mauri Fontes
Santo André

Correios – 1
É lastimável ver a situação atual dos Correios. Antes recebíamos nossas correspondências e contas a pagar dentro dos prazos, era serviço confiável. Hoje ninguém confia em esperar os Correios entregarem nossas contas dentro dos vencimentos, vamos aos sites e buscamos as segundas vias, tornando as entregas – sempre atrasadas – inutilidade. Para entrega de objetos, anotam ‘tentativas de entrega’, que geralmente não existiram, e mandam buscá-los na central, onde o atendimento feito na rua é grotesco, e só conseguido se der sorte de encontrar funcionário que lhe ‘faça um favor’.
Evaristo de Carvalho Neto
Santo André

Correios – 2
Acho justa qualquer forma de greve que seja por luta pelos direitos, por melhorias e principalmente para acabar com práticas abusivas de determinadas empresas, como é frequente no Grande ABC. Entretanto, não dá para concordar com tudo o que é feito e, na maioria das vezes, ficamos, nós, os consumidores, sem ter a quem recorrer. Como é o caso da paralisação dos Correios. Os funcionários cruzaram os braços devido ao corte de benefícios e à falta de proteção nesta época de pandemia. A empresa entende de outra forma. E quem ‘paga o pato’ é o consumidor, submetido a longas esperas, filas intemináveis e mau humor de atendentes e entregadores. O consumidor não pode ser penalizado. Entendo que os funcionários têm de causar prejuízos à empresa e não ao consumidor, senão acaba fazendo com que o usuário fique contra a greve. Ministério Público do Trabalho e Supremo Tribunal Federal devem intervir, buscar os responsáveis pelos desacertos e acabar com esse impasse. Repito: o consumidor é o único prejudicado. Não é justo!
Mércia Strillaro
Diadema 




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