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Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024

Pandemia, sofrimento e adoecimento
Do Diário do Grande ABC
21/08/2020 | 23:59
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Não está sob nosso controle a forma como reagimos sentimentalmente à vivência de isolamento físico imposto. Porém, certas características individuais como temperamento, idade, capacidade individual para se adaptar a situações desconhecidas e criação de novas rotinas, nível de segurança sobre a própria identidade e firmeza na autodeterminação, entre outras propriedades, podem diminuir ou aumentar a intensidade da sensação de estresse.

O contexto onde o isolamento se desenvolve pode também afetar sobremaneira o manejo satisfatório do desconhecido. Percepção de conforto material e emocional, na possibilidade de se dividir o isolamento com quem se gosta e onde e na forma que se quer, pode estar mais relacionado à ideia de um sonho do que a ambiente propício ao adoecimento. Neste sentido, o nível social e o conforto a ele relacionado, junto com as fragilidades ou recursos individuais, influenciam o nível de pressão sobre nossa saúde mental.

Se a pessoa é tímida ou tem dificuldade na convivência com pessoas, isolamento pode não exigir nada ou algo pouco diferente do que já era praticado diariamente. Idoso que já vive isolado da sociedade, pouco saindo, também não é fortemente afetado pelas mudanças ocasionadas pela quarentena. No entanto, para aqueles que têm seu convívio familiar interrompido pelo isolamento, sofrem mais e podem, inclusive, desenvolver sintomas psíquicos, mesmo que esse isolamento tenha sido causado por bons motivos de proteção. Pessoas compulsivas por esporte, trabalho, compras, terão que se confrontar com abstinência durante o isolamento. Nesta direção, nenhuma patologia mental seria criada, mas evidenciada.

Na prática, situações vividas como estressantes podem ser traumáticas, seja por desconhecimento dos atributos da nova realidade, pela perda de rotina que poderia nem ser satisfatória, mas que era conhecida, ou pela indefinição de parâmetros que poderiam dar luz ao caminho a ser seguido na busca pela saída da reclusão. O contexto do adoecimento é aquele determinado por reação de defesa do tipo luta ou fuga. Onde incômodo e clima de alerta constante reforçariam em nós mais de nós mesmos.

Uma pessoa que costuma reagir emocionalmente com características ansiosas poderá adoecer de ansiedade, ou pessoa que reage com tristeza poderá, com o estímulo traumático, desenvolver depressão. Uma pessoa que luta contra solidão pode se sentir condenada a estado que procura combater, desesperando-se. Resumindo, o estresse criado pelo isolamento e suas variáveis revelam nossas fragilidades na tentativa de enfrentamento. O adoecimento decorre desta falência.

Cirilo Tissot é médico psiquiatra, diretor técnico da Clínica Greenwood e terapeuta familiar.


PALAVRA DO LEITOR

Não à reeleição
Os legisladores de São Bernardo precisam sair da omissão e submissão, cuidar dos interesses dos cidadãos, agir como fiscalizadores de fato e não ficar dizendo ‘amém’ ao Executivo. Falta responsabilidade. Não foi isso que o prefeito pregou quando estava em campanha. Inclusive, uma das coisas que ele comentou foi que não iria trazer ninguém de fora, independentemente da qualidade da pessoa. Mas a primeira coisa que fez foi contratar pessoas de fora para trabalhar, principalmente, nos cargos comissionados. Na verdade, sou completamente contra a administração que está sendo feita. O prefeito não pode concorrer à reeleição diante de tantas denúncias. São vergonhosos os acontecimentos. Acorda, São Bernardo!
Luizinho Fernandes
São Bernardo

Falta tempo?
A respeito do vereador Rafael Demarchi se apresentar como terceira via para as eleições municipais deste ano – será candidato a prefeito – não me convence. O mesmo não consegue nem se organizar para acionar o MP (Ministério Público) sobre o Rodoanel, pois desde o dia 4 de agosto prometeu agir e até dia 20 não havia conseguido, alegando falta de tempo (Política, ontem). Formalizar pedido de CPI referente às denúncias do MP e MPF (Ministério Público Federal) a respeito de fraudes na merenda escolar no governo de Orlando Morando também não aconteceu! Sendo assim, vereador, se o senhor for eleito prefeito terá muito mais compromissos do que sendo pré-candidato, e conseguirá dar conta da nossa São Bernardo? Terá ‘tempo’ para administrar e cuidar da cidade e da população com transparência e responsabilidade? São Bernardo merece mais!
Thiago Scarabelli Sangregorio
São Bernardo

Pedágio
O interessante, em relação à Antônio Piranga, em Diadema, que não consta na reportagem (Setecidades, dia 17), é que, preocupado com o alto índice de acidentes nessa via, o falecido prefeito Lauro Michels (tio-avô do atual) resolveu enviar para Câmara projeto de lei no sentido de instituir cobrança de pedágio pelo uso de vias públicas, que foi aprovado e virou a lei 576, sancionada em 26 de abril de 1977. O objetivo era, com o dinheiro, duplicá-la. Só que o governador Paulo Egydio Martins decidiu ingressar com ação na Justiça para impedir o sonhado pedágio, sob alegação de que a longa via era rodovia estadual e sob jurisdição do DER (Departamento de Estradas e Rodagens). Os anos se passaram e, depois de dezenas de acidentes com vítimas, muitas delas fatais, as benfeitorias foram feitas pelo Estado, com a duplicação e a implantação do corredor de trólebus. Lembro que Lauro Michels dizia que iria colocar porteiras em todas as entradas e saídas de Diadema e só entrariam veículos que pagasse pedágio. Ficou só na intenção.
Arlindo Ligeirinho Ribeiro
Diadema

Sugestão
Sugiro ao deputado Alex Manente que prove que a senhora Telma de Cássia está equivocada ao chamá-lo de ‘vendido’ ao prefeito Orlando Morando (Política, ontem). Mas se, por acaso, ela estiver certa, que ele faça doação do valor para o combate ao coronavírus na cidade. Assim ninguém de São Bernardo vai odiá-lo.
Diógenes Paganin
São Bernardo

Veto e voto
Placar histórico na Câmara dos Deputados: 316 a favor do veto ao aumento do funcionalismo público contra 165 deputados que votaram contra o veto. Vitória da Câmara, que fez bonito. Vitória de Jair Bolsonaro e do povo em geral! Agora vamos listar os nomes do 165 insensíveis aos problemas do Brasil para que nunca mais sejam reeleitos! Urna eleitoral não é lata de lixo!
Mara Montezuma Assaf
Capital

Fernandes
Conheci pessoalmente o renomado cartunista Fernandes, em visita que fiz ao Diário, alguns anos atrás, onde tive a oportunidade de externar o grande apreço que tenho por ele e seu talento, porque encanta os ‘fernandesianos’ com suas charges supimpas! Quem me dera ser eternizado em uma charge de sua autoria! Tenho a acrescentar um dito popular, ao que disseram outros leitores, como, por exemplo, meu amigo memorialista Octávio (David Filho), mais conhecido como Tavico (Chargistas, dia 14), residente na estância turística de Ribeirão Pires: ‘Os cães ladram e a caravana passa’.
João Paulo de Oliveira
Diadema
 




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