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Impedido de jogar a Olimpíada do Rio, Fabinho tem como meta a Copa de 2018
30/05/2017 | 08:30
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Divulgação


Um dos destaques da campanha vitoriosa do Monaco no Campeonato Francês - a equipe pôs fim a um jejum de 17 anos sem títulos -, Fabinho quer aproveitar a boa fase para voltar à seleção brasileira e deixar para trás a frustração de não ter feito parte da equipe que conquistou o inédito ouro olímpico nos Jogos do Rio, em 2016. "Jogar uma Copa do Mundo é o sonho de todo jogador. E, mesmo que meu nome não esteja frequentemente na lista, acredito que tenho condições de disputar, se continuar jogando bem", afirma o jogador de 23 anos.

Fabinho esteve na maioria dos jogos do período pré-olímpico, mas, dias antes da convocação para os Jogos do Rio, o Monaco decidiu não liberá-lo. "Esperava estar na lista, mas o clube disse que precisava de mim para se classificar para a fase de grupos da Liga dos Campeões. Fiquei chateado com a decisão, mas feliz por ter ajudado a conquistar nosso objetivo", disse o jogador ao Estado. Não ter participado da Olimpíada no Rio, porém, ainda o incomoda. "Quando vi o Brasil ganhando a medalha de ouro em casa, pensei que poderia ter feito parte daquela equipe e que isso poderia me ajudar no futuro."

Ele, porém, tem consciência de que é preciso superar o passado e se voltar para o presente - e o futuro. A excelente temporada pelo Monaco despertou o interesse de diversos clubes da Europa por Fabinho. Entre eles, Inter de Milão, Atlético de Madrid e Manchester United. Apesar dessas propostas, a transferência para outro clube parece improvável no momento, considerando que o brasileiro renovou o contrato com o Monaco até 2021 e atualmente é peça fundamental no esquema do técnico Leonardo Jardim.

Fabinho não confirmou o seu destino para a próxima temporada, mas falou dos campeonatos que gostaria de jogar, caso decida deixar a França um dia. "Os dois campeonatos que me atraem muito são o Inglês e o Espanhol. Se eu receber uma proposta de uma (equipe) dos dois (países), vou pensar com bastante carinho. São as melhores ligas de futebol mundial hoje", disse o brasileiro avaliado em 20 milhões de euros (cerca de R$ 72 milhões) pelo site "Transfermarkt", especializado no mercado de transferências.

Além de pôr fim a hegemonia do Paris Saint-Germain, campeão nas quatro edições anteriores do Campeonato Francês, o Monaco foi a grande surpresa da Liga dos Campeões. Fabinho afirma que a campanha na competição foi muito acima da expectativa, que era entrar na fase de grupos. O time fez bem mais que isso, avançou para as oitavas de final com uma rodada de antecedência em um grupo formado por CSKA Moscou (Rússia), Bayern Leverkusen (Alemanha) e o Tottenham (Inglaterra). Depois, conseguiu reverter a derrota sofrida no jogo de ida com o Manchester City por 5 a 3, com uma vitória em casa por 3 a 1, com direito a um gol de Fabinho. Nas quartas de final, o Monaco venceu o Borussia Dortmund e só parou quando encontrou pela frente a poderosa Juventus.

"Eles foram muito superiores. O jogo contra a Juventus foi o nosso limite", afirma Fabinho, para quem o time italiano é favorito ao título. "Fiquei impressionado quando joguei contra eles. É um time muito forte, acredito que tenham um pouco de vantagem contra o Real Madrid".

A aposta na Juventus pode ser considerada uma surpresa, ainda mais considerando que Fabinho já vestiu a camisa da poderosa equipe espanhola, que vai em busca do seu 12º título da Liga dos Campeões. A decisão será disputada em 3 de junho, em Cardiff, no País de Gales.

DE PAULÍNIA PARA O MUNDO - Nascido em Campinas, em 1993, Fabinho começou sua carreira nas categorias de base do Paulínia, interior de São Paulo, clube pelo qual foi campeão paulista sub-20. Com 17 anos foi para o Fluminense, onde ficou um ano, até que decidiu sair do Brasil para jogar pelo Rio Ave, de Portugal. Em 2012, iniciou sua carreira como profissional no Real Madrid B, mas, um ano depois, recebeu a proposta do Monaco e decidiu aceitar, por entender que teria pouco espaço na equipe principal do gigante espanhol e que o clube francês estava se organizando e investindo para formar um time competitivo.

Na atual temporada, o brasileiro participou de 60 jogos, sendo quatro amistosos. Marcou 12 gols e deu quatro assistências, alcançando a melhor marca em cinco anos como profissional. Uma das explicações para esse desempenho foi a mudança de posicionamento. O técnico português Leonardo Jardim decidiu tirá-lo da lateral direita e coloca-lo como volante. "Ele disse que eu poderia ser melhor utilizado ali. Meus números aumentaram e consegui ser mais decisivo."

A mudança o ajudou a ganhar mais destaque no time, mas por outro lado pode dificultar os planos de voltar a vestir a camisa da seleção brasileira. Fã de Cafu e Maicon, o camisa 2 do Monaco é um forte candidato a substituir Daniel Alves na lateral direita ou mesmo ser um reserva enquanto o lateral de 34 anos ainda estiver jogando em alto nível, como fez nesta temporada pela Juventus. No meio-campo terá uma concorrência maior, disputando vaga com jogadores como Casemiro e Paulinho, um dos preferidos do técnico Tite. "Eu não tenho preferência por posição e consegui mostrar minha versatilidade. Se continuar jogando bem, tenho chance, seja na lateral ou meio", disse, confiante, o brasileiro.




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