Em convenção partidária ontem, realizada no Ginásio Poliesportivo, o deputado federal Alex Manente (PPS) foi referendado para disputar à Prefeitura de São Bernardo pela terceira vez consecutiva. Durante o discurso, o parlamentar e aliados destacaram o papel exercido no Congresso para colocar o projeto popular-socialista, homologado com sete legendas (PPS, PTB, PRB, DEM, PV, PMN e PPL) na coligação, como antiPT. A fala dos apoiadores no encontro reforçou a atuação do candidato à sucessão do prefeito petista Luiz Marinho no processo de impeachment para afastar a presidente Dilma Rousseff (PT).

Alex relembrou que compôs a comissão especial de impeachment da presidente e, posteriormente, votou favorável para barrar Dilma do cargo, a princípio de forma temporária – a possível saída definitiva deve ser apreciada em até um mês. “Levei a bandeira da cidade (quando fui explicitar o posicionamento) porque sabia que estava votando com a maioria da população de São Bernardo”, exaltou o deputado, referindo-se à sessão firmada em abril na Câmara, acrescentando que se as pesquisas de intenção se confirmarem ele terá privilégio de ser o prefeito “mais jovem da história”. Ele pontuou incentivo do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), para entrar na concorrência. “Não seria candidato se não tivesse o consultado.”

O ato político, que reuniu cerca de 6.000 pessoas no espaço, contabilizou série de lideranças do PPS, como o deputado federal Roberto Freire, presidente nacional do partido, David Zaia, dirigente paulista da legenda, e o secretário estadual de Agricultura, Arnaldo Jardim (parlamentar federal licenciado), além de vereadores. Entre os detentores de cadeira no Legislativo municipal que subiu ao palanque estava Fabio Landi, filiado ao PSB, sigla que rachou na véspera da convenção para emplacar projeto solo com o parlamentar Antônio Cabrera. A presença do socialista no evento mostrou que mesmo com a divisão interna alguns nomes da chapa proporcional manterão adesão a Alex.

A fissura se deu por conta da decisão de nomear Admir Ferro (PTB) de vice na chapa majoritária, posto também requerido pelo PSB (leia mais abaixo). Com a definição, Alex repete a dobrada do último páreo municipal. No microfone, o popular-socialista alegou a escolha pelo petebista justamente pelo fato de há quatro anos ambos terem caminhado juntos na campanha de 2012 quando “ninguém queria enfrentar o projeto de reeleição do PT”. “Quero relembrar que, em 2008, o prefeito não foi eleito para oito anos. Por isso, andamos com tranquilidade nas ruas”, afirmou, alfinetando o deputado estadual Orlando Morando (PSDB), também postulante ao Paço.

Freire exaltou que a campanha em São Bernardo é prioritária para o PPS pela representação histórica do município, onde nasceu o petismo e de residência do ex-presidente Lula. “Significa muito do ponto de vista político da virada que temos de dar sobre os desmandos do PT”, disse. Jardim, por sua vez, falou que hoje Alex está mais preparado para assumir o cadeira máxima do Executivo, tirando das mãos do partido “que persegue quem não os dá apoio”. “A população não suporta mais esse lado de quem quer impor suas vontades. Cidade quer alguém que una, com diálogo.”