A intenção do governo ainda divide, no entanto, líderes do Senado. "Acho que não seria prudente. Houve nesta semana a garantia por parte da Câmara de que se votaria os vetos e viu o que aconteceu", afirmou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE). Já o líder do PMDB, senador Eunício Oliveira (CE), considerou que não há possibilidades de a sessão do Congresso ser remarcada para a próxima semana. "Vamos cumprir o prazo de três semanas. Uma nova sessão do Congresso só em novembro", disse Eunício. Procurado, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou, por meio da assessoria, que não havia sido consultado sobre a uma nova convocação da sessão do Congresso.
Teste
A votação dos vetos nesta semana era considerada pelo Palácio do Planalto como o primeiro teste de fidelidade da base após a reforma ministerial, em que a presidente Dilma Rousseff cedeu sete ministérios ao PMDB. Durante a sessão do Congresso, realizada nessa quarta-feira, dia de maior fluxo nas duas Casas, não se chegou ao quórum mínimo de 257 deputados para se iniciar a votação dos vetos.
A expectativa de integrantes do Palácio do Planalto é de que até a próxima semana "decantem" os efeitos da reforma ministerial realizada para tentar reaglutinar a base aliada no Congresso. Parte da confiança do governo, numa vitória na próxima semana, tem como base reuniões realizadas nos últimos dias entre os ministros da articulação política com líderes partidários da Câmara, responsáveis pelo esvaziamento da sessão do Congresso. Entre os articuladores da debandada estão os líderes do maior bloco da Câmara formado por PP, PTB, PSC e PHS. O grupo foi chamado pelo ministro Ricardo Berzoini para uma conversa logo após a derrota do governo no plenário. A partir dali, o tom dos deputados passou a ser outro.
"Nós vamos dar o quorum. A nossa insatisfação já demonstramos. Foi feito o que tinha que ser feito e agora nós temos um outro momento", afirmou o líder do PTB, Jovair Arantes (GO). "A gente está acreditando na chegada do Berzoini como interlocutor único. Antes o governo tinha interlocutor demais. Agora não, a informação que nós temos é que a presidente entregou a caneta cheia de tinta para ele, que sabe onde o calo onde aperta" emendou.
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