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Pet shops investem em atendimento e atraem cliente

Consumidor mais exigente e disposto a
gastar impulsiona mercado

Por Andréa Ciaffone
Do Diário do Grande ABC
05/08/2013 | 07:05
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Andréa Iseki/DGABC


Nem precisa verificar se a cauda está abanando, a satisfação por receber tratamento especializado fica estampada no focinho. E isso não tem preço. Os donos de cães e gatos não hesitam em separar fatia cada vez mais generosa do orçamento para que seu bichinho de estimação receba cuidados profissionais. Graças a essa preocupação, o setor de pet shops cresce continuamente.

No ano passado, o setor movimentou cerca de R$ 14,2 bilhões, alta de 16,4% em relação ao ano anterior, que atingiu R$ 12,2 bilhões. “A estimativa de faturamento para 2013 é de R$ 15,4 bilhões”, diz José Edson Galvão de França, presidente-executivo da Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação). O Brasil representa o segundo maior mercado mundial do setor, atrás somente dos Estados Unidos.

“A longevidade e o estilo de vida solitário nas grandes cidades tornam os pets importantes na vida das pessoas. Casais com filhos têm animais de estimação para satisfazer as crianças; os sem filhos ou com filhos adultos têm bichos para não se sentirem sozinhos, assim como os idosos”, aponta França.

É O BICHO

“E dá para perceber que, quem tem um, fica mais aberto a adotar mais”, diz Adriana Pasqualini, coordenadora do grupo de pet shops da Acisa (Associação Comercial de Santo André), que listou 101 estabelecimentos deste tipo na cidade andreense. “Nosso foco é incentivar a busca contínua de qualidade, especialmente nos serviços, como banho e tosa”, diz Adriana, que já está preparando a 6ª edição da Cãominhada, evento que reúne donos e seus amigos de quatro patas em Santo André e que neste ano será no dia 6 de outubro. “Também estamos programando um workshop de qualificação.”

Ano passado, foram criados 224.570 empregos diretos no segmento no País, sendo que 200 mil no setor de serviços. Mas não é nada fácil encontrar profissionais para o setor. “Hoje o grande gargalo é a mão de obra”, diz Washington Peixoto, que largou a carreira de executivo para se juntar à sua mulher, Karyn Reinhart, na administração da Tutti Frutti Pet Shop e Clínica Veterinária. O negócio cresce 15% ao ano e o casal, que hoje tem uma loja, avalia a possibilidade de abrir uma filial.”

BOM PRA CACHORRO

“Estudamos o mercado por dois anos antes de abrir. A concorrência é muito forte e tem muita gente que cai de paraquedas, sem um plano de negócios”, conta Karyn. “Esse ainda é um ramo em expansão. Ainda dá para crescer em número de clientes e também na qualidade dos produtos e serviços”.

Atentos às possibilidades, o veterinário Carlos Évora deixou a carreira corporativa e, junto com sua filha e futuro genro, ambos estudantes de veterinária, arregaçou as mangas. Em menos de um ano na gestão da Zoo Point, já ganhou clientela fiel em São Caetano. “Nos preocupamos em caprichar no banho, que é a porta de entrada para a fidelidade do cliente”, diz.

Depois de 20 anos no ramo de venda de ração, Donizeti Natale resolveu mudar de lado do balcão e comprou a Pet Hall. “O mercado de produtos para animais de estimação está expandindo em todas as áreas. Minha expectativa é crescer 50% a cada semestre até chegar à capacidade total”, diz Natale.

No Brasil, segundo a Abinpet, o crescimento do setor é devido, em maior parte, à ascensão das classes C e D. Elas são responsáveis por fatia considerável do consumo de produtos de alimentação, cuidados com a beleza, veterinário e serviços.

“Um dos principais aspectos do mercado atual é que aqueles que antes não tinham a possibilidade (financeira) de comprar alimentos completos (ração) nem acesso a serviços, como banho e tosa, passaram a ter essa possibilidade de alguns anos para cá. Por isso, aumentou a demanda por serviços e isso fomentou também o empreendedorismo no setor e o surgimento de novas profissões, como Pet Sitter e Dog Walker”, aponta o presidente da Abinpet. 




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