Os patrulheiros de plantão podem não gostar da idéia e dos elogios. Eu penso exatamente o contrário. A Casa Brasil, evento idealizado pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro) desde 1996, em Atlanta, é uma grande jogada. E aqui na China, muito mais!

Foi inaugurada ontem a representação extra-oficial do nosso País em Pequim. Um espaço especialmente concebido, localizado no elegante Jianguo Garden Hotel, desta vez com interesses múltiplos.

A parceria com os ministérios do Esporte e Turismo vai render mais divulgação para o Brasil. Porque apenas 36 mil chineses visitaram nosso País em 2006 e 2007. É muito pouco! Principalmente se compararmos com o número total de turistas que o Rio de Janeiro atraiu só em 2007: 7 milhões.

A Apex pegou carona na iniciativa e está aumentando os contatos para incentivar as nossas exportações para o maior mercado consumidor do mundo. E o COB incrementa a divulgação do Rio de Janeiro como cidade-candidata aos Jogos Olímpicos de 2016.

Apenas ninguém entendeu as ausências na cerimônia de inauguração do ministro do Esporte, Orlando Silva, e do presidente do COB, Carlos Arthur Nusman.

FRASES

"O Brasil vai construir um centro de excelência e transformar a ginástica num celeiro de futuros medalhistas."
Vicelia Florenzano, chefe da delegação da ginástica rítmica.

"Estamos preparados para realizar uma Olimpíada que dificilmente será superada."
Jung Hongbong, vice-presidente do Bocog, nada humilde.

"Esse calor de Pequim lembra um forno crematório."
Carlo Pontielle, do La Stampa, exagerando...

"Vamos ganhar medalha!"
Rômulo Noronha, chefe da delegação brasileira de natação.

POUCAS E BOAS

Juntos venceremos
Reencontrei minha velha amiga Lucélia Santos. Famosa na China e em tantos países por conta do seu personagem em Escrava Isaura, ela está aqui divulgando seu novo filme, Destino, uma parceria Brasil-China. Recordamos com alegria uma corrida de revezamento que fizemos na mesma equipe há alguns anos, no Rio de Janeiro.

Barganha
A vida em Pequim é muito barata. Táxi começa cobrando R$ 2,50 e uma longa corrida não custa mais do que R$ 15. Os restaurantes, mesmo os internacionais, oferecem pratos especiais que não passam de R$ 30. Para quem está acostumado a viver em São Paulo isso aqui é um paraíso. O problema maior
é a poluição.

Pedalando
Aqui andar de bicicleta é um ato tão prosaico que é possível ver executivo, de paletó e gravata, circulando pelas ruas de Pequim. Também mulheres elegantemente vestidas pedalam com naturalidade. As ruas planas favorecem o ciclismo urbano e ajudam o biker a desvencilhar-se do trânsito cada vez mais caótico.

Censura implacável
Os dois jornalistas japoneses presos em Xinjiang, onde 16 policiais foram mortos, dão demonstração do tratamento que as autoridades chinesas pensam e oferecem para a imprensa. Aqui, na imprensa local, tudo é controlado. E não há exceção. O que é publicado passa por censura prévia e não ataca os governantes sob hipótese alguma.

TOQUE FINAL

Esse país tem tanta gente, mas tanta gente, que tudo é super-dimensionado para todos, mesmo aqueles que, como nós, vivem em um País com quase 200 milhões de habitantes.
Nas ruas, independentemente da Olimpíada e do verão, é um enxame de gente. E passar pelos pontos turísticos não é fácil. Não estamos falando de turistas estrangeiros. Esse mundaréu de gente vem do interior, de outras cidades, sempre grandes e acaba se misturando com o povo daqui.

Tudo é feito e pensado em condições maximizadas. E apesar da pouca liberdade de expressão, a impressão que se tem é que todos estão felizes. A economia vai bem, os serviços básicos são elogiáveis, enfim, para a cultura deles está muito bom.