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Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024

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As goiabeiras de Itaquera

Herança histórica da imigração japonesa à Zona Leste de São Paulo, fruticultores que desenvolveram uma cultura avançada de frutas como o pêssego, caqui, nêspera e que hoje fazem a Festa das Cerejeiras no Parque do Carmo

Por Ademir Medici
12/01/2020 | 07:00
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 A Memória de hoje é oferecida ao funcionário público João Santos, que vem diariamente de Itaquera para trabalhar na administração do Cemitério de Vila Euclides, em São Bernardo.

Até o fim da década de 1960 o bairro de Itaquera era a terra do pêssego. Calculava-se um total de 150 pomicultores com plantações de 30 mil pessegueiros.

O cultivo iniciou-se em 1925, com a chegada dos primeiros imigrantes japoneses ao bairro.

A Avenida Jacu-Pêssego, que liga o aeroporto de Guarulhos à Arena Corinthians, já foi chamada apenas de ‘Estrada do Pêssego’. 

Cf. Memória, 22-11-2019

Em tempos mais antigos, a ligação do Grande ABC com a Zona Leste paulistana devia-se às romarias à igreja da Penha, santa milagrosa que ficava mais próxima da região do que Pirapora do Bom Jesus e Aparecida.

De Itaim Paulista, extremo da Capital, em 1935, vêm para São Bernardo os fundadores da Colônia Mizuho, no bairro Cooperativa, então zona rural. Lá eram meeiros, aqui ficaram donos da terra comprada, e que preservaram com muito sacrifício principalmente quando da II Guerra Mundial.

A cultura quase científica do pêssego posta em prática em Itaquera alcançou a região, com destaque para o eixo Ribeirão Pires a Suzano. E há 60 anos a região descobria as goiabeiras de Itaquera, que mereceram capa do Suplemento Agrícola do Estadão.

Em reportagem assinada por Jorge Bierrenbach de Castro, informava-se que, em 1960, a cultura da goiabeira podada e convenientemente tratada, principalmente contra moléstias, era a novidade agrícola a meio caminho do Centro de São Paulo e do futuro Grande ABC, que começava a ser chamado de ABC.

“O êxito da cultura da goiabeira em moldes técnicos deve-se ao fruticultor Taichi Yoshioka, do grupo de 300 imigrantes que colonizaram uma grande fazenda em Itaquera, dando origem à cultura do pessegueiro no Estado de São Paulo”, escrevia Bierrenbach.

Hoje a fruticultura desapareceu da urbanizada Zona Leste. Sobrevive em parte no distrito de Ouro Fino, em Ribeirão Pires. Mas a presença japonesa com sua cultura ligada à natureza pode ser sintetizada na Festa das Cerejeiras, no Parque do Carmo, em Itaquera, que ano passado realizou a sua 41ª versão (a primeira foi realizada em 1979). É o ‘Sakura1 Matsuri’.

A Festa da Cerejeira ganhou até uma dissertação de mestrado, escrita por Fátima Regina Nunes, pela Universidade Paulista: Itaquera e a Festa das Cerejeiras, de 2016.

No quintal da saudosa dona Myrthis Setti Braga, no Centro de São Bernardo, florescem as cerejeiras cujas mudas ela foi buscar pessoalmente no Parque do Carmo, como no tempo dos pêssegos, como na época das romarias à Penha de França.

NOTA

O Suplemento Agrícola do Estadão, hoje extinto, também focalizou o agrião de Santo André, que era plantado quase à beira da Avenida Pereira Barreto, no atual Parque Central. Mas esta é outra história.

Metalúrgico e prefeito

Há 30 anos, Djalma Bom tornava-se o primeiro prefeito de São Bernardo advindo da metalurgia. Vice-prefeito eleito, ele tomou posse na licença do titular, Mauricio Soares. Ficaria no posto por 23 dias.

Diário há 30 anos

Sexta-feira, 12 de janeiro de 1990 – Ano 32, edição 7274

Manchete – Vice João Tessarini (PDT) se rebela contra o prefeito Luiz Tortorello (PTB), que condicionou a permanência de seus secretários na administração de São Caetano ao apoio formal à candidatura do ex-prefeito Walter Braido para deputado estadual.

Futebol – A classificação dos juniores do EC Santo André na Taça São Paulo: 1 a 0 sobre o Juventus.

Um Rei em São Bernardo – Roberto Carlos leva Detalhes à Vera Cruz, com pena de harpia na orelha.

A produção ultimava a colocação dos equipamentos e da decoração à base de folhagens, bambus, 30 araras infláveis e fotos dos ídolos da música popular nos anos 1960.

Sete anos antes, em 1983, Roberto Carlos gravara seu especial de fim de ano para a TV Globo na mesma Vera Cruz.

Em 12 de janeiro de...

1920 – Padre José Chioppa nomeado pró-pároco de Santo André.

1940 – Estado declarava de utilidade pública terrenos em São Bernardo, a serem desapropriados para o prosseguimento das obras da Via Anchieta.

n A II Guerra. Do noticiário do Estadão: chegaram à Finlândia os primeiros voluntários italianos.

1960 – Debatia-se a Semana Inglesa no trabalho: 44 horas semanais. Operárias como as da Indústria Paulista de Porcelanas Argilex, em São Caetano, trabalhavam nove horas por dia, de segunda a sexta-feira, e aos sábados das 7h às 11h. E o novo horário era discutido entre as partes.

Hoje

Dia do Empresário Contábil. A data foi proposta em 1984 pelo deputado estadual Hatiro Shimomoto, ex-presidente do Sescon-SP (Sindicato das Empresas de Serviços Contáveis).

Santos do Dia

Bento Biscop (Irlanda, 628-690). Abade

Taciana

Bernardo de Corleone

Municípios Brasileiros

Celebram aniversários em 12 de janeiro:

Em São Paulo, Iporanga, criado em 1873, quando se separa de Eldorado. Posteriormente foi extinto e recriado em 1936.

No Pará, Belém, Capital do Estado. Fundada em 12 de janeiro de 1616.

Em Alagoas, Igreja Nova

No Mato Grosso, Poconé

Fonte: IBGE




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