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Governo do Japão estuda revisar fundo público de pensão
07/03/2013 | 03:20
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Frustradas com o que o governo considera como uma postura excessivamente conservadora de investimento tendo retornos abaixo dos padrões, algumas autoridades japonesas estão buscando reformar a administração do fundo público de pensão do país, em um movimento que pode levá-la a investir mais em ativos estrangeiros e em as ações japonesas.

O Fundo de Investimento de Pensões do Governo (GPIF, na sigla em inglês) é a maior pensão pública do mundo e tem 112 trilhões de ienes (US$ 1,19 trilhão) em ativos sob seu controle, e é acompanhado de perto por muitos investidores como indicativo sobre um potencial reequilíbrio de portfólio, o que pode ter amplas implicações para os mercados financeiros.

Altos funcionários do governo contaram recentemente ao Wall Street Journal sobre planos de criar um grupo de trabalho para reformular a maneira que o GPIF gerencia seus ativos. O fundo está sob a supervisão do Ministério da Saúde, que é responsável pela aprovação de sua estratégia de investimento no médio prazo.

No final de dezembro, o GPIF tinha 60,14% dos seus ativos em dívida interna - uma alocação que os oficiais de Tóquio consideram como extrema. O fundo tem 12,92% em ações domésticas, 9,82% em dívida externa e 12,9% em ações no exterior.

"Queremos que o GPIF fortaleça primeiramente sua governança e depois reveja a sua política de investimento", afirmou uma das fontes do governo.

A medida também coincide com o recente anúncio de que o GPIF irá rever a sua carteira quando o ano novo fiscal japonês começar em abril. Enquanto o plano de portfólio básico é definido dentro da estratégia de médio prazo, o fundo está autorizado a revê-lo, mesmo durante o período de cinco anos.

Se tais movimentos colocarem o GPIF mais em linha com os fundos de pensão estrangeiros, que geralmente têm carteiras mais diversificadas, "isso conduziria a um maior investimento em ações domésticas e ativos no exterior", disse a fonte.

De acordo com um estudo realizado em janeiro pela consultoria Towers Watson, os fundos de pensão japoneses deixaram, em 2012, 55% de suas carteiras em títulos, em comparação com os com 27% dos fundos de pensão dos EUA e 37% dos fundos Reino Unido.

A reorganização do portfólio do GPIF pode aumentar a confiança nos mercados de ações do Japão. Na quarta-feira, o índice Nikkei fechou em alta de 2,1%, a 11.932,27 pontos, seu melhor resultado desde 25 de setembro de 2008, impulsionado pela especulação sobre mais medidas de estímulo econômico por parte do Banco do Japão. Qualquer mudança mais profunda do GPIF em ativos estrangeiros também pode ajudar a enfraquecer o iene, beneficiando a leve recuperação de exportações do Japão.

Autoridades do governo planejam montar um grupo de peritos em fundo de pensões nas próximas semanas, possivelmente, atribuindo a eles o trabalho de finalizar as propostas de reforma a tempo de incluí-las nas orientações anuais de política econômica do governo, disseram as fontes. No passado, o governo anunciou muitas vezes tais diretrizes durante o verão. As informações são da Dow Jones.




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