Início
Clube
Banca
Colunista
Redes Sociais
DGABC

Quarta-Feira, 24 de Abril de 2024

Cotidiano
>
Cotidiano
O candidato
Rodolfo de Souza
19/04/2018 | 07:00
Compartilhar notícia


O partido, em convenção marcada por muito bate-boca, por fim escolheu o seu candidato. Mas o candidato tem ficha suja, o que significa na prática, que se envolveu, vez ou outra, com a apropriação indébita de valores que o suor do rosto de quem trabalha depositou nos cofres públicos. Muito natural no meio, razão pela qual o partido não sentiu o menor constrangimento em optar pelo seu nome, até porque, apesar de notório integrante da extensa família que criou a cultura do ganho fácil, ele possui também a cara de pau mais lavada e, portanto, passível de receber mais votos do que o concorrente, sobretudo, pela sua conversa fiada que tende a levar o povão a depositar nele confiança cega. Decisão, tudo indica, acertada do partido de direita, ou de esquerda, de centro, de cima do muro, sabe-se lá... Pouco importa.

Já o outro partido, um tanto conservador, vem cortejando um nome que considera sério aos olhos da gente que compõe o pobre eleitorado desta terra de ninguém. Um nome que certamente há de brilhar lá no segundo turno. Claro que este também carrega o estigma da corrupção que o coloca, talvez, no topo da imensa relação de devedores do SPC da imoralidade. Mas o que há de se fazer? É o único que se apresenta em condições de disputar alguma coisa, deitando por terra o sonho do colega que também pleiteia a vaga, mas que está metido até os dentes em negociatas que lhe denigrem a imagem e a ficha. Não há, pois, motivo para que insista em iniciar campanha dentro da casa para disputar a candidatura com o primeiro, campeão de votos em pleitos anteriores.

Apesar de que nenhum deles considera a possibilidade de ser barrado por causa da tal ficha, tendo em vista que se for observado rigorosamente o que diz a regra, corre-se o risco de não haver eleição, o que não seria lá muito saudável para a jovem democracia Tupinambá, ora em vigor.

Outros partidos, não tão expressivos, também têm lá os seus candidatos. Há, dentre os aspirantes, jovens que começam a aparecer e tomar gosto pela coisa, e velhos que muito se empenharam, mas nunca sentiram o supremo deleite de ter nas mãos o comando do país. A briga é boa, já que estes não estão mesmo dispostos a perder oportunidade tão atraente. É o poder!

Claro que tem candidato sério, é preciso que se admita. Candidato com plano de governo e tudo. Outros, no entanto, sequer sabem o que vem a ser um: limitam-se a inflar o peito com muita empáfia e sair a campo, distribuindo promessas de dias melhores com emprego e fartura. Só não sabem de que cartola tirarão tudo isso. E é bom que ninguém pergunte, como fizeram a um candidato que nas pesquisas de intenção acumula pontos assustadores, fazendo crer até que pode levar o cetro, afinal, nenhuma ressonância mapeou ainda o vasto território que abrange a ignorância nacional e a sua capacidade de cometer uma estupidez.

Vi, pois, com alguma apreensão, o tal candidato patinar em entrevista na TV, cujo apresentador desejava saber o que cogita como plano de governo, caso seja eleito. Não soube responder, às questões sobre economia, infraestrutura, educação... Simplesmente fugiu das perguntas com evasivas, deixando claro que desconhece completamente o ofício para o qual se candidata. Mesmo assim, está no páreo. Sem problemas! Uma vez lá, pensará numa forma de governar, ou talvez corra aos quartéis para pedir orientação. É bem a sua cara.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.