“Esse é o resumo da ópera. Claro que há muito mais. Perseguições na ditadura, prisão... Infelizmente não tenho fotos da época.”

Cf. Luiz Antonio Cicaroni, ao concluir o levantamento de passagens pessoais da sua vivência política em São Caetano, iniciada no movimento estudantil.

O dentista e advogado Luiz Antonio Cicaroni veio adolescente para São Caetano e participou ativamente na cidade do movimento estudantil. Foi diretor cultural e depois presidente do Centro Acadêmico.

Foi um período de grande agitação cultural e política. Trazíamos toda segunda-feira um espetáculo teatral profissional de São Paulo para apresentar-se aqui. Vinham pela bilheteria.

No Centro Acadêmico tínhamos um grupo de teatro. Nossas peças sempre tiveram um engajamento político e social.

Montamos, com bastante sucesso, A Revolução na América do Sul, de Augusto Boal; Hercules e o Estábulo de Augias, de Friedrich Durrenmatt; O Santo Inquérito, de Dias Gomes; A Ordem do Dia, de autoria do grupo.

Foram muitas peças. Não me lembro de todas.

Devido à atuação estudantil fui convidado pelo prefeito Walter Braido para ser seu chefe de gabinete. Isso na segunda administração dele (1973 a 1977). Braido queria uma aproximação com os estudantes.

NA PREFEITURA

Dr. Cicaroni voltou a ocupar a chefia do gabinete de Braido na terceira gestão (1983 a 1988). Era afável. Recebia com distinção a imprensa. Fonte confiável. Não negava informações. Mas, pessoalmente, não sabíamos que alguns poucos anos antes ele tivera uma atuação de tamanha envergadura política na fase inicial da ditadura militar, inclusive como ator e diretor teatral.

Pelos anos seguintes, Dr. Cicaroni ocupou outras funções na Prefeitura. Foi diretor administrativo no fim da gestão Antônio José Dall’Anese (1993 a 1996). Colabora diretamente com o prefeito José Auricchio Júnior desde a primeira administração. Hoje ocupa uma assessoria no gabinete e é o presidente municipal do Podemos.

Luiz Antonio Cicaroni

Nascimento: 17 de março, registrado dia 20.

Onde nasceu: Caetetuba, em Atibaia (São Paulo).

Escolaridade: em Atibaia, estudou na Escola Major Juvenal Alvim; em São Caetano, no Instituto de Ensino (ginasial e científico). Na USP, Odontologia e Direito.

Mulher: Maria Salete Ferreira Bento, falecida em 20-5-1994.

Filhos: Maria Augusta, casada com Nelson Gibeli, ambos médicos; Luiz Joaquim, casado com Helena Waisfel, ambos advogados; e Maria Fernanda, publicitária, casada com Tiago Bevilaqua professor.

Netos: Maria Carolina, Maria Clara, Felipe, Camila e Maria Júlia.

Nota – Cicaroni conta que Caetetuba, onde nasceu, era ainda um lugarejo de Atibaia, com estação ferroviária. Hoje é um dos bairros mais antigos da cidade. A distância da sede fez com que o seu registro de nascimento ocorresse três dias depois, num dia 20 de março como hoje. “As coisas eram mais demoradas para serem feitas”, narra ele.