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Coluna
Bicos compridos e voo curto

Aloysio usou o mais puro tucanês ao dizer que o problema do afastamento entre PSDB e governo é outro

Carlos Brickmann
03/12/2017 | 07:06
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O presidente nacional do PSDB, Geraldo Alkmin, provável candidato em 2018, disse no início da semana ao jornalista José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes, que no comando do partido faria o PSDB se afastar do governo Temer. Apoiaria as reformas, mas de fora. A seu ver, não havia nenhum motivo para se manter no governo. O partido sai? Na hora das promessas, ia sair. Mas o chanceler Aloysio Nunes já disse que não sai, não há motivo para sair. Apoiar de fora não gera limusine nem viagens. Bruno Araújo saiu, mas ‘LuizLinda’ Vallois, a que se sente escrava com menos de R$ 60 mil mensais, só sai obrigada. Tem razão: se sair, quem vai notar?

Aloysio usou o mais puro tucanês ao dizer que o problema do afastamento entre PSDB e governo é outro. “O PSDB não faz parte da base do governo, o PSDB apoia o governo, não rompeu com o governo.” A prova de que Aloysio tem razão é o número de reuniões que os tucanos marcam para discutir como apoiar sem apoiar: as decisões estão tomadas, todos em cima do muro, mas só numa reunião é possível que todos ergam os braços, se abracem, e nessa posição apunhalem os amigos pelas costas.

Mas o próprio Aloysio, chefe da diplomacia tucana, anunciou outra decisão: se o partido decidir se afastar do governo, ele, Aloysio, se mantém no cargo. Irritou-se muito com os repórteres que insistiram em fazer perguntas sobre o tema. Afastar-se de limusines não é algo que lhe agrade.

Tinha uma prévia...
Alckmin tem tudo para sair em 2018, mas precisa vencer (ou esmagar) o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, que pede prévias no PSDB. Alckmin defendia prévias para escolher o candidato, mas isso era quando não tinha maioria. Agora tem Arthur na disputa. E se algo ocorre e Arthur ganha?

...no meio do caminho
Há Serra, candidato a alguma coisa (pode sair pelo PSD de Kassab). Há os partidos aliados a Alckmin que o apoiariam, mas queriam retribuição na eleição estadual. Se não ganharem o apoio tucano, não faltará quem o dê.
<EM>Tucanos, enfim, como sempre: brigando a bicadas mas incapazes de voar longe. Fernando Henrique voa longe. Mas ninguém aprendeu com ele.
<EM>
Democracia vermelha
<EM>O deputado petista Paulo Pimenta mandou deter a militante Carla Zambelli, do Nas Ruas. Carla queria entrevistá-lo, ele a mandou trabalhar, ela disse que estava trabalhando e não roubando como ele. Ele mandou a Polícia Legislativa prendê-la. Quem é Paulo Pimenta, além de chefe de policiais legislativos prendendo cidadãos de quem discorda? Sim, é o petista fotografado por Júlio Redecker quando entrava no carro de Marcos Valério, controlador do Mensalão. Pimenta é chamado de “Montanha” pela Odebrecht e é inimigo de Sérgio Moro. “Montanha” – por que será?
<EM>
O caldeirão...

Por que Luciano Huck anunciou que não seria candidato, justo quando, segundo o Estadão, crescia seu caldeirão de votos? É provável que nunca tenha tido a real disposição de disputar, a menos que houvesse uma avalanche de adesões. Alguns anos atrás, uma respeitada senhora do Interior paulista, força notável na política da cidade, era pressionada a candidatar-se. Esse colunista, consultado, foi contra: a senhora comandava as principais entidades de classe e era mais poderosa que o prefeito. Para que se candidatar? Perderia o status de unanimidade e entraria no moedor de carne das campanhas eleitorais. Mas que diriam dela, de conduta tão transparente? Insisti: se nada encontrarem, inventam. Mas que poderiam inventar contra ela? Sugeri: vão dizer que o filho dela é pai solteiro.

Silêncio na sala: era. Já se faziam os exames. Desistiram da candidatura.
...do Huck

Imagine-se na situação de Huck, astro da maior rede de TV do Brasil, rico por si próprio, rico de família, um ídolo ligado a programas ‘do bem’. É bem educado, forma um casal de anúncio de margarina com uma moça que também é ídolo. Entrar numa campanha para ser xingado todos os dias, com denúncias, esculachos, armações? Melhor emprestar seu prestígio a um candidato de sua confiança, para quem contribuirá, a quem referendará.

Um é...
O candidato do Partido Novo, João Amoêdo, com plataforma liberal (é favorável, por exemplo, à venda de todas as empresas estatais), informou ao site O Antagonista que atingiu 1% das intenções de voto. Amoêdo, oriundo do sistema bancário, se propõe a pagar a maior parte das despesas de campanha com seu próprio dinheiro e o dos companheiros de chapa.

...outro não
O senador brasiliense José Antônio Reguffe, do Livres (ex-PSL), disse ter sido convidado a disputar a Presidência pelo partido, mas recusou, por ter o compromisso de terminar o mandato – que acaba em 2023. 




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