Prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB) foi o primeiro entre os sete chefes de Executivo do Grande ABC a anunciar que vai manter o aperto nos gastos públicos em 2018, mas certamente não será o único. A situação fiscal das cidades da região segue deteriorada, apesar dos esforços realizados pelos gestores – pelo menos pela maioria deles – para tirar as contas do vermelho no exercício passado. Os primeiros 15 dias do novo ano não foram nada animadores no que diz respeito à arrecadação de recursos.

Foi exatamente por isso que Paulo Serra adiantou ao Diário os próximos passos de seu governo: com exceção de áreas consideradas essenciais, como Saúde e Educação, além da Assistência Social, os secretários municipais deverão trabalhar com até 40% a menos do que o Orçamento originalmente previsto para os 12 meses de 2018, de R$ 3,43 bilhões. Não resta alternativa quando se nota que a situação de penúria dos sistemas arrecadatórios não arrefeceu neste novo ano, como se acreditava que aconteceria.

No caso andreense, boa parte do problema tem nome e sobrenome: a criação do teto para a majoração do Imposto Predial e Territorial Urbano. Escaldado pelas críticas que desgastaram sua imagem no ano passado depois que fechou sete unidades de Saúde para reforma de uma única vez, Paulo Serra impôs limite para o reajuste do IPTU, de modo que ninguém pague 80% a mais que o valor cobrado no ano passado.

Em outras cidades do Grande ABC, embora os respectivos prefeitos ainda não tenham vindo a público falar de suas dificuldades operacionais, os caixas também trabalham aquém da expectativa. Será, portanto, questão de tempo até que tenham de se render às circunstâncias. As políticas de austeridade, que marcaram o primeiro ano dos novos gestores, devem ser mantidas, em nome da sustentabilidade fiscal dos municípios. Não se pode condenar o futuro com atitudes populistas. É hora de manter a responsabilidade monetária. E trabalhar bastante para que 2019, aí sim, marque a retomada dos investimentos.