Política Titulo Balanço
PF apreendeu anotações nas casas de Atila e de Gaspar

Além de dinheiro vivo nas residências de ambos, polícia levou documentos e manuscritos

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
24/05/2018 | 07:36
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Nario Barbosa/DGABC


Além de dinheiro vivo na casa do prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), e do ex-secretário João Gaspar (PCdoB), a PF (Polícia Federal) apreendeu no dia 9 documentos e anotações nas residências da dupla, segundo apurou o Diário. A PF levou ainda celulares, mídias e HDs no momento em que deflagrou a Operação Prato Feito, que resultou na prisão em flagrante dos dois.

As investigações estão sob sigilo e, por isso, ainda não há informações oficiais sobre detalhes desses papéis manuscritos encontrados pela polícia. Também ainda não é possível saber qual o grau de relevância desses documentos, se revelam ou não práticas ilícitas e se podem contribuir com as investigações. Segundo a PF, “o material apreendido encontra-se em processo de análise e perícia técnica”.

É a primeira vez que a PF revela o balanço das buscas e apreensões ocorridas em Mauá em parceria com a CGU (Controladoria-Geral da União). Ainda assim, desde que foram realizadas as apreensões na casa do prefeito mauaense e do principal interlocutor do governo, surgiram temores pelos corredores do Paço e da Câmara da cidade de que o material apreendido pudesse comprometer outras figuras públicas do município e até das vizinhas Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Ventilou-se a informação de que a PF teria apreendido caderneta de Gaspar com suposta lista de políticos, o que ainda não foi confirmado pela polícia.

Deflagrada em momento de negociações por apoio rumo às eleições de outubro, a Prato Feito apontou suposto esquema de desvios e fraudes em contratos de merenda e material escolares em três Estados e no Distrito Federal, em que as práticas ilícitas teriam ocorrido justamente no pleito de 2016.

Em Mauá, por exemplo, interceptação telefônica feita pela PF revelou diálogo entre Gaspar e o empresário Carlos Zeli Carvalho, vulgo Carlinhos, dono de uma das empresas acusadas, na qual o então assessor de Atila teria negociado pagamento de propina em nome do hoje prefeito em setembro de 2016, um mês antes do primeiro turno. “Se ficar dentro do período eleitoral aqui ajuda a gente, entendeu? Resolveria”, diz Gaspar, após ter sido questionado por Carlinhos se possuía conta no Banco do Brasil. “Estamos saldando um compromisso”, segue Gaspar, que ouve do empresário a garantia de “saldar aquele primeiro”. “É porque é a época agora, né, João? Agora a gente tá na reta final (da campanha)”, frisa o empresário. A PF revelou transferências bancárias feitas por Carlinhos no total de R$ 138 mil na conta de Gaspar, além de depósito de R$ 20 mil na de Samara Gomes Barlera, que também foi assessora do hoje prefeito na Assembleia Legislativa.

Na casa de Atila, a polícia encontrou R$ 87 mil em espécie e, na de Gaspar, R$ 588,4 mil e quase 3.000 euros, guardados em envelopes. Ambos negam ilegalidades e seguem presos na sede da PF, na Capital. 




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