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União suspende anistia de Gilson para pagar multa a Filippi

Petista processou antigo aliado e ganhou ação por danos morais; benefício de ex-prefeito, que chega a R$ 9.000 mensais, foi retido

Raphael Rocha
18/03/2018 | 07:00
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DGABC


Por determinação judicial, o governo federal suspendeu, há dois meses, o pagamento de verba indenizatória de anistiado político do ex-prefeito de Diadema Gilson Menezes. A verba, de cerca de R$ 9.000 mensais, foi bloqueada para pagamento de multa decorrente de processo por danos morais movido pelo ex-prefeito José de Filippi Júnior (PT).

Aliados no início dos anos 1980, Gilson e Filippi se tornaram adversários políticos no fim daquela década. Gilson era prefeito e queria ver Cláudio Rosa como seu sucessor. Filippi, então diretor de Obras da administração diademense, defendia que o diretor de Saúde na época, José Augusto da Silva Ramos, fosse o candidato do PT. Zé Augusto prevaleceu, Gilson rompeu com o petismo e por algumas vezes o trio se encontrou nos tribunais.

Num dos processos movidos por Filippi contra Gilson, o primeiro reclamou de uma publicação feita pelo segundo citando possível intervenção nas contas públicas da Prefeitura de Diadema na administração Filippi. E a Justiça condenou Gilson ao pagamento de multa.

“Fiz uma publicação em jornal para explicar por que havia ameaça de intervenção em Diadema. O Filippi entrou na Justiça e o Ministério Público entrou com processo também, achou que não deveria ter feito aquela publicação. O Judiciário assim entendeu. Tenho multa para pagar essa publicação. O valor da multa é descontado da anistia. É absurdo”, reclamou o ex-prefeito.

Gilson afirmou que já pediu aos advogados que o pagamento da multa seja em forma diferente: ou penhorando um bem ou autorizando a venda de um imóvel. Em 2016, quando se candidatou a vereador de Diadema pelo PDT – sem sucesso –, Gilson declarou possuir R$ 738.361,23, entre casas e terreno.

“Estou com dificuldade de pagar o convênio médico. Pago o meu e o da Eliete (Menezes), que não é novinha, não. Ela lutou junto comigo. Tenho tratamento médico para passar. É absurdo ficar sem salário. Sou perseguido”, contestou. Eliete é ex-mulher de Gilson e era casada com ele na época em que o político era prefeito.
Gilson afirmou que vive de ajuda da atual mulher, Regina Ponce, e de um filho dela. “Ele paga meu convênio a título de empréstimo.”

O Ministério da Justiça informou que apenas julga o pedido de conceder a anistia e que o pagamento do benefício fica sob responsabilidade do Ministério do Planejamento. “Caso exista alguma divergência quanto ao pagamento da indenização, a mesma deverá ser solucionada junto ao ministério pagador.” 




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