Política Titulo Operação Lava Jato
Filippi e Luiz Fernando são citados em delações

Ex-prefeito de Diadema e deputado estadual,
ambos do PT, são acusados de receber propina

Felipe Siqueira
Especial para o Diário
18/04/2017 | 07:00
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Marina Brandão 24/7/16


Ex-prefeito de Diadema por três mandatos (1993 a 1996 e 2001 a 2008), José de Filippi Júnior (PT) e o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT), ambos com base eleitoral no Grande ABC, foram citados em delações de ex-executivos da Odebrecht por suposto recebimento de recursos ilegais em campanhas eleitorais.

Em 2006, durante seu último mandato como chefe do Executivo de Diadema, Filippi exerceu função de tesoureiro do projeto de reeleição do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto. De acordo com depoimento do ex-executivo Hilberto Mascarenhas, que comandava o departamento de operações estruturadas, Filippi, como tesoureiro, recebia o montante da propina, pessoalmente, para ser utilizada na campanha de Lula. “Ele (Fillipi) estava tão ávido pelo dinheiro, que, antes de o dinheiro chegar, ele já ia buscar. (Filippi) Ficava na porta do local esperando autorização para entrar e pegar”, detalhou Mascarenhas, que não menciona, no entanto, quais seriam os valores no total.

No caso de Luiz Fernando Teixeira, primeiro secretário na Assembleia Legislativa, em uma das delações de ex-executivos da Odebrecht, é relatado que, na época do pleito de 2014, o petista recebeu, por meio de caixa dois, ou seja, dinheiro não contabilizado, R$ 300 mil. Os diretores da construtora Benedito Júnior, Alexandrino Salles de Alencar e Luiz Antonio Bueno Junior confirmaram repasses. A investigação está sob sigilo.

Na prestação de contas feita pelo então candidato ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em 2014, existem duas quantias da empreiteira, uma doação no valor de R$ 25 mil e outra de R$ 50 mil, totalizando R$ 75 mil. Estas fatias foram contabilizadas legalmente.

Os dois políticos da região não foram localizados para comentar o caso. Em contrapartida, ambos manifestaram-se em seus perfis nas redes sociais. Eles negaram qualquer irregularidade no pleito.

Filippi sustentou que, em 2006, encontrou-se em duas ocasiões com os executivos da Odebrecht Pedro Novis e Benedicto Júnior para discutir doações oficiais à campanha do ex-presidente Lula. “Não estive mais na empresa e toda comunicação foi feita por e-mail”, justificou. O ex-prefeito afirmou ainda que não conhece o delator que o citou nas investigações e que nunca cobrou repasses de “porta em porta”.

Luiz Fernando se disse surpreso e indignado por ter sido citado em “supostas delações da Odebrecht”. “Como ainda não tive acesso ao conteúdo, registro que todas as doações da minha campanha foram legais, ocorrendo de acordo com a legislação eleitoral. Além disso, elas foram declaradas aos órgãos competentes e aprovadas, respectivamente, pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral)”, pontuou. “Absolutamente nenhum centavo em caixa dois, como alegado.”

Outros cinco deputados paulistas mencionados em delações são Fernando Capez (PSDB), Barros Munhoz (PSDB), Roberto Massafera (PSDB), Campos Machado (PTB) e João Paulo Rillo (PT). 




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