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Oncologia completa 20 anos na região

Disciplina da Faculdade de Medicina do ABC beneficia 2.000 pessoas mensalmente com centros de atendimento e pesquisas contra o câncer

Por Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
13/08/2016 | 07:00
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André Henriques/DGABC


 A disciplina de Oncologia e Hematologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) completa 20 anos quarta-feira com marca de 2.000 atendimentos realizados mensalmente. Nesse período, a instituição foi responsável pela formação de 39 oncologistas, 15 hematologistas e dois oncopediatras.

Cerca de 1.700 atendimentos são realizados nos hospitais Anchieta, em São Bernardo, e Mário Covas. em Santo André. A instituição também mantém o setor de oncologia infantil, único do Grande ABC, onde são atendidas 300 crianças por mês.

Em média, um terço dos pacientes têm leucemia, tipo de câncer no sangue. Entre eles, está a pequena Ana Clara dos Santos, 5 anos, que descobriu a doença há três meses. A menina foi encaminhada para o ambulatório via SUS (Sistema Único de Saúde), o que acontece com todos os que utilizam o serviço. “Ela começou a sentir muitas dores e fraqueza. Todos os dias ela passava mal e nós não sabíamos o que era. Quando veio o diagnóstico, meu mundo caiu”, contou a avó da garota, Teresa Teixeira dos Santos, 60.

Teresa é responsável pela criação de Ana e de mais dois netos – com idade de 7 e 12 anos – há três anos, desde que a filha foi presa por tráfico de drogas. Ela é viúva e atualmente está afastada do serviço que desempenha como auxiliar de serviços gerais devido a problema na perna. A família vive na periferia de São Bernardo, na região do Alvarenga. “O pai dos dois meninos paga pensão (R$ 400), mas o da Ana não. Mas, não reclamo. Eles são bênçãos na minha vida e amo a todos. Tenho fé que em breve minha pequena vai ser curada”, disse, emocionada, a avó da menina alegre e que gosta de tirar fotos.

A especialidade voltada às crianças surgiu há 16 anos. Inicialmente, apenas a quimioterapia era oferecida para 20 pacientes, na Vila Luzita, pelo médico responsável pelo setor, Jairo Cartum. Hoje, o serviço funciona na própria faculdade e conta com quimioteca para 30 crianças, além de dentista, psicólogos, fisioterapeutas e nutricionista.

“Quando uma criança adoece, toda a família também fica doente. Como se trata de organismo em formação, o ponto clínico também é mais complexo. Não dá para trabalhar sem essa estrutura”, afirmou Cartum. As chances de cura são altas. Conforme Cartum, 70% das crianças costumam se recuperar totalmente. “Esse número pode chegar até a ser maior. O problema em tratar a criança são as sequelas, porque o tratamento é agressivo e pode trazer efeitos colaterais.”

 

PESQUISA

Criado há 16 anos, o Cepho (Centro de Estudos e Pesquisas em Hematologia e Oncologia) já desenvolveu 170 estudos clínicos, entre protocolos finalizados, em andamento e em fase regulatória. Mais de 1.500 pacientes já foram tratados ou beneficiados.

Atualmente, são 60 pesquisas em andamento em áreas como câncer de pulmão, próstata, mama, cabeça e pescoço, pele (melanoma), linfomas e mieloma múltiplo, entre outras. Cerca de 90% das pesquisas ocorrem simultaneamente em diversos centros de pesquisa do mundo. “Nosso centro participou de grandes avanços importantes da oncologia nos últimos 15 anos. O time é formado por 50 oncologistas. Nós desenhamos estudos a partir de nossas dúvidas e também somos convidados pela indústria farmacêutica”, afirmou o diretor executivo do espaço, Daniel Gomes Cubero.




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