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Campanha pede doações para que crianças com câncer possam estudar

Casa Ronald McDonald busca mobília e material para classe hospitalar

Vanessa de Oliveira
do Diário do Grande ABC
30/11/2017 | 07:07
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Nario Barbosa/DGABC


“Quero ser policial quando crescer, para prender as pessoas ruins. Mas, para isso, tenho que estudar.” Esse é o desejo do pequeno Vanderlei Neto Rocha, 6 anos, de Macapá (Amapá), que temporariamente vive na Casa Ronald McDonald ABC, em Santo André, para tratar a leucemia. Para auxiliar o garoto a realizar seu sonho e garantir o direito à Educação, conforme determina o artigo 53 do Estatuto da Criança e Adolescente, a Associação Projeto Crescer do ABC, administradora da unidade por meio do Rotary Club Santo André, está promovendo campanha para arrecadar mobília, materiais escolar e pedagógico para implantar em suas dependências uma classe hospitalar.

A entidade atende 23 crianças e jovens em tratamento com câncer, vindas de várias partes do País, principalmente do Amapá. O Estado tem grande incidência de câncer infantil, e uma das causas apontadas é pela alta concentração de materiais pesados na água, em consequência da exploração de minérios.

Para colocar o projeto em prática, a instituição aguarda, por parte da Prefeitura, envio de projeto de lei à Câmara, que regulamente a atividade. A conversa para tanto foi iniciada, porém, ainda não houve andamento. Mesmo assim, a entidade está engajada em colocar o projeto em prática no início do próximo ano e continua com o pedido de doações. “A Secretaria Municipal de Educação que tem de disponibilizar professores treinados, para dar embasamento legal e garantia de curso oficial”, explica o presidente da Casa Ronald McDonald ABC, Nelson Tadeu Pasotti Pereira.

Quem levou a ideia da implantação da classe hospitalar foi a psicopedagoga Marisa Domingos, 46 anos, de Santo André. No ano passado, ela iniciou um curso de pedagogia hospitalar e, para fazer um trabalho acadêmico, precisava visitar uma sala de aula do tipo. “Estava confiante que no Grande ABC tinha”, recorda.

Os pacientes ficam na casa por período que pode chegar a quatro anos, dependendo da gravidade da doença. Estefhani Ataíde Ferreira, 12, deixou a escola onde cursava o 6º ano, no município de Santana, no Amapá, há quatro meses, para se tratar de um tumor na barriga. A possibilidade de estudar enquanto faz o tratamento longe de casa anima a garota. “Não vou esquecer o que aprendi e poderei aprender cada vez mais”, fala ela, que ainda não sabe se será advogada ou professora no futuro.

Joely Naiane dos Santos Palha, 11, saiu de Itaubal do Piririm, também no Amapá, para tratar um sarcoma de Ewing, tumor que acomete primariamente osso e tecido mole. A menina ainda não escolheu que profissão vai querer seguir quando for adulta, mas sabe muito bem o que precisa para chegar lá. “Para ser alguma coisa no futuro preciso estudar, senão não serei nada.”

Detalhes sobre a campanha e como ajudar com doações podem ser obtidos no telefone 4433-4490. O contato pode também ser feito pelo e-mail relacionamento@casaronaldabc.org.br.  




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