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Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024

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MEMÓRIA
Santo André exporta prefeitos
Ademir Médici
17/10/2018 | 07:00
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O pós-guerra ainda veio encontrar, no Brasil, a ditadura do Estado Novo. Mas a imprensa já falava em reconstitucionalização do País.

“Depois de 15 anos de uma revolução política, 15 anos que nos valeram sofrimentos e experiências benéficas...”, escrevia o jornal Borda do Campo, edição de 8 de abril de 1945.

José de Carvalho Sobrinho foi prefeito de Santo André – leia-se Grande ABC – durante a maior parte do Estado Novo. Era de Botucatu e tinha livre trânsito junto a Getúlio Vargas.

Em contrapartida, quatro funcionários da Prefeitura de Santo André foram nomeados prefeitos-interventores de outros municípios. Entre eles o advogado Quirino Motta Júnior, diretor da Fazenda de Santo André, nomeado prefeito de Presidente Wenceslau (em outubro de 1944).

Henrique Pinho Artacho, procurador fiscal de Santo André, foi nomeado prefeito de Serra Negra (em abril de 1945).

Outros dois servidores andreenses, cujos nomes precisam ser apurados, foram nomeados prefeitos de Martinópolis e Ibitinga, também no interior paulista.

AMANHÃ
- Trabalhadores nas ruas.

De engraxate a secretário de Finança

Câmera ligada, Clarivalde Versolatto, aos 84 anos, falou aos seus. No peito, um crucifixo. “O senhor pode falar”, diz uma voz ao fundo.

Instintivamente, Clarivalde faz o gesto de acertar os óculos, que não estão no seu rosto.

O passaporte com o timbre do rei da Itália comprova que os Versolatto foram imigrantes. No século 19 – 1891 – apenas cruzaram o Grande ABC, de trem, e foram viver a sua primeira fase de Brasil no Interior, trabalhando na região de Limeira e Piracicaba. Depois, tornam-se migrantes, estabelecendo-se em terras do médico-fazendeiro Luiz Felipe Baeta Neves, nos arredores da Vila de São Bernardo. Foram pioneiros na Vila Baeta Neves, cujo loteamento inicial segue firme para o seu primeiro centenário em 2027.

Não havia escolas.
A vida era difícil.
Como sobreviver?

Meu pai – Giacomo Versolatto, casado com Angelina Marchioni – veio em 1924 para São Bernardo, com um irmão. Depois outros irmãos foram chegando. Eles se instalaram na esquina da Avenida Pereira Barreto com a Avenida Getúlio Vargas, no comecinho do Baeta.

O campo de futebol do Vila Baeta FC foi construído atrás da casa da nossa família, onde está o Shopping Metrópole. Ali foram nascendo os filhos dos filhos, dos filhos – ou os netos, bisnetos... Anos atrás contabilizamos 550 Versolattos, descendentes do pioneiro, o italiano Antonio Giacomo Versolatto.

Ali moramos durante muitos anos. Cada integrante da família seguiu seu destino. Vários foram sócios de fábricas de móveis, principal economia da cidade até a era da indústria automobilística.

Sou o mais novo da família. Pude estudar, diferentemente dos irmãos mais velhos. Não havia condições de todos estudarem. Faltavam escolas, faltavam meios. Eu estudava em Santo André e engraxava sapatos na Praça da Matriz para pagar a escola. Muita luta. Muito sacrifício. Vencer a Revolução de 32. Vencer a Segunda Guerra Mundial. Algumas gerações passaram.

Hoje temos médicos, advogados, jornalistas, vários profissionais liberais na família. Nós e outras famílias de origem italiana que vieram da roça para participar do crescimento de São Bernardo – Boin, Ferro, Felipe, Venzol, entre outras. Essas famílias prestaram grandes serviços à cidade. E a cidade retribuiu: hoje temos locais públicos que homenageiam todos aqueles pioneiros.

Nota - Clarivalde Versolatto, amigo querido, é o memorialista da família. De engraxate e auxiliar de escritório, galgou postos e chegou a secretário de Finanças da Prefeitura de São Bernardo. Há dois anos divulgou aqui em Memória um estudo sobre a Rua Marechal Deodoro do passado, casa a casa, comércio a comércio. Ao áudio de 2016 juntamos agora o vídeo recebido de um Clarivalde Versolatto que abre o coração para falar aos seus. Com toda emoção.

Interação com Facebook

"As duas faces do candidato"

Diante do especialista em marketing político, o candidato se anima: o que pode fazer para melhorar a minha imagem?

Da crônica de Guido Fidelis publicada no Diário em 16 de outubro de 1988 e republicada no Facebook da Memória – acessem o endereço acima.

Diário há 30 anos
Domingo, 16 de outubro de 1988 – ano 31, edição 6885

Política – Oposição continua forte no Grande ABC. Maria Teresa Sadek, cientista política, autora do mais sólido estudo conhecido sobre o recente processo eleitoral do Grande ABC, analisa todas as eleições na região de 1966 a 1982.
Professora Sadek obteve o doutorado com a tese Concentração Industrial e Estrutura Partidária, o Processo Eleitoral no ABC.

Em 17 de outubro de...
-1918 – A gripe espanhola: são numerosos os casos verificados em São Paulo. Escolas fechadas. Um telefone exclusivo é criado para a comunicação de novos casos: número 1092.
- A guerra. Do noticiário do Estadão: notícias não confirmadas informam que a Alemanha capitulou.

Hoje
- Dia Nacional do Profissional de Propaganda
- Dia do Eletricista
- Dia da Indústria Aeronáutica Brasileira
- Dia Nacional de Vacinação
- Dia Internacional para a Eliminação da Pobreza
- Dia Internacional para a Democratização da Comunicação

Santos do Dia
- Margarida Maria Alacoque. Francesa. Viveu no século 17. Seu dia é o 16 de outubro.
- Fiorenzo
- Herão
- Inácio de Antioquia
- Notelmo
- Serafino
 




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