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Relação entre confiança do consumidor e desemprego
21/08/2018 | 23:21
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Ratificando os resultados previstos pelas últimas pesquisas mensais do Simpi-SP (Sindicato da Micro e Pequena Indústria de São Paulo)/Datafolha, o mais recente levantamento do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) identificou que a confiança do consumidor brasileiro caiu, ou seja, a disposição de consumo pela população diminuiu, principalmente por conta dos altos índices de desemprego no País. Segundo o professor Joelson Sampaio, coordenador do curso de Economia da FGV/SP, a disposição de consumo é determinada pelas perspectivas futuras da economia, sobretudo em relação a seus reflexos sobre o mercado de trabalho e a situação financeira de cada cidadão, constituindo-se num importante índice para avaliar as tendências acerca do crescimento econômico do País. “Quando o consumidor está satisfeito e otimista em relação ao futuro, tende a gastar mais e, assim, movimentar o mercado. Logo, a confiança do consumidor atua como indutor do crescimento econômico do País”, explica.

Agora, num cenário em que os índices de desemprego estão estáveis, mas a níveis elevadíssimos, isso é muito ruim, pois acaba retraindo o poder de consumo da população. "Estamos falando em quase 20 milhões de pessoas desempregadas no Brasil, em que, aproximadamente, seis milhões estão em estado de desalento, ou seja, já nem estão mais à procura de emprego", afirma ele, atribuindo parte dessa situação não só à crise econômica, mas à instabilidade política do país. "Além do atual governo estar sofrendo um desgaste muito grande, pois não conseguiu emplacar as reformas estruturais necessárias, temos, ainda, um cenário de total indefinição nas próximas eleições, em que não há como prever quem será o presidente, tampouco qual será sua plataforma de governo. E, quando as pessoas têm incertezas, a tendência é que gastem menos, procurando poupar para enfrentar tempos mais difíceis", completa.

Por isso, para diminuir os índices de desemprego, Sampaio afirma que não há outro caminho, senão o do crescimento econômico. "Quando a economia cresce, eleva o PIB, aumenta o consumo, que aumenta a demanda por trabalho, gerando empregos e renda, que, por sua vez, abastecem e movimentam a economia. Caso contrário, continuaremos patinando", explica ele, acreditando que, se tudo der certo e elegermos um presidente comprometido com uma agenda de crescimento - desde que tenha o apoio do Congresso Nacional - poderemos chegar em 2021/2022 a patamares de como estávamos há 10 anos.

Marcos Tavares Leite, especialista jurídico do Simpi, afirma que um dos grandes entraves para o desenvolvimento do país é o excesso de burocracia fiscal e tributária, que precisam ser rigorosamente considerados para que se possa manter a regularidade de uma empresa. Segundo ele, essa questão também gera insegurança jurídica, uma vez que a própria Constituição Federal, por exemplo, tem 119 dispositivos que ainda não foram devidamente regulamentados. "Não só o cidadão comum, mas até mesmo aqueles mais especializados, inclusive agentes fiscais e pessoas do poder público, têm dúvidas sobre como e quais são os dispositivos efetivamente aplicáveis", esclarece o advogado, que apresenta outro dado: em média, as empresas gastam cerca de 2 mil horas por ano para cumprirem suas obrigações tributárias, o que gera custo que supera R$ 60 bilhões. 




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