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Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024

Santa Terezinha nas fotos de Otavio Odepis
Ademir Medici
19/07/2018 | 07:00
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 “Viemos aqui registrar

parte da história. Não viemos

fazer piquenique.”

Cf. Otavio Odepis, ao ingressar no estúdio do DGABC TV.

 

Otavio Odepis, 73 anos, fotógrafo amador do bairro Santa Terezinha, em Santo André, é o convidado do programa Memória na TV desta semana, do DGABC TV. Acessem: www.dgabc.com.br. Paulistano, ele vive desde a década de 1950 no bairro e acostumou-se a acompanhar, fotograficamente, o desenvolvimento do bairro e de outros loteamentos do 2º Subdistrito de Utinga.

Começou fazendo fotos familiares em aniversários e em ocasiões como o Natal. Adquiriu uma máquina fotográfica Olympus, ao mesmo tempo em que observava a evolução dos bairros, com a transformação urbana: casas térreas, sobrados, substituídos por torres de muitos andares. Entendeu que deveria registrar a paisagem antiga antes que desaparecesse. Foi assim com a Praça Carlos Abondante, a sua preferida. Hoje é possível observá-la em várias épocas, graças às fotos que o seo Otavio fez.

Otavio Odepis é autodidata. Não fez nenhum curso de fotografia. Aprendeu aos “trancos e barrancos”, como diz. A fotografia é um hobby. Sempre trabalhou em outras atividades. Pequeno, atuou em farmácia. Depois fez carreira em duas grandes multinacionais, a Rhodia Têxtil, que ele chama de “Nylon”, e Philips. E nos momentos de folga, dedicou-se à fotografia.

Descoberto pela jornalista Rita Santos, Otavio Odepis tem escaneado as fotos que fez e antigos retratos familiares e separa material para fornecer ao Museu Octaviano Armando Gaiarsa, de Santo André.

 

Ruas de terra.

A luz que chegou.

A francesa Praça Ruy Barbosa

Depoimento: Otavio Odepis

 

Quando chegamos a Santo André, estava se aproximando o Natal. Fomos morar nas Casas Populares.

Usava-se lampião. As casas tinham instalações elétricas, mas faltava a ligação na rede. Meu pai e amigos se reuniram e resolveram puxar os fios para, pelo menos no Natal, ter iluminação. Conseguiram. Foi alegria imensa.

Tudo era motivo de alegria. Poder abrir a torneira e ver sair água em casa.

A Praça Ruy Barbosa tem o mesmo formato (arredondado). Foi um pecado perder o padrão inicial, com obras não originais. A tomada aérea mostrada por antigas fotos lembra alguma coisa da França.

As ruas dos bairros não eram pavimentadas.

Acompanhei a substituição do fogão a lenha pelo fogão a carvão e pelo gás. Nosso fogão a carvão era simples, mas muito lindo.

As pessoas tiravam fotografias, mandavam revelar e guardavam numa caixa de sapatos. As imagens iam amarelando com o passar dos anos. Hoje, com o sistema digital, é possível recuperar velhas fotos e promover uma verdadeira volta ao passado. Tenho me dedicado a isso. Fiz isso com um contrato do meu pai como jogador profissional de futebol e uma foto dele enfrentando o São Paulo.

 

 




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