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Terça-Feira, 23 de Abril de 2024

Crimes na esteira da evolução tecnológica
Simpi-SP
06/06/2018 | 07:16
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Não é novidade afirmar que o mundo digital trouxe inúmeros pontos positivos em nossas vidas, proporcionando enormes facilidades e benefícios às atividades diárias das pessoas e empresas, inclusive promovendo grandes avanços e conquistas nas áreas da Saúde, economia, cultura, Educação, Segurança e comunicação, entre outras. Contudo, a medida em que avançamos tecnologicamente, as ameaças virtuais também crescem de forma exponencial. Segundo o engenheiro de computação Wagner Ikeda, fundador da empresa de segurança cibernética R-Evolux, trata-se de guerra sem fim, haja vista que ambos os lados estão muito empenhados e motivados na renovação de suas técnicas para, rapidamente, se adequarem à evolução da tecnologia. “Se por um lado os governos e as corporações estão tomando medidas vigorosas para bloquear as violações de segurança cibernética, por outro os hackers estão cada vez mais arrojados para tentar ludibria-las, com a finalidade de acessar dados sigilosos de pessoas, empresas e até de governos, tais como dados bancários ou de cartão de crédito, para obter vantagem financeira, ou, simplesmente, destruir a reputação ou valor de uma marca”, afirma ele. “Para se ter ideia, só em 2016 as perdas devidas a fraudes no comércio eletrônico dos Estados Unidos foram da ordem de US$ 6,7 bilhões, de acordo com dados da consultoria norte-americana Lexis Nexis.”

Ikeda explica que, atualmente, os sistemas antifraude mais sofisticados adotam técnica chamada deep learning (aprendizado profundo, em inglês), que utiliza a inteligência artificial para realizar análises massivas em volume grande de dados (Big Data), buscando por padrões anômalos e suspeitos com base nas transações que já ocorreram. “Essa ferramenta tem se mostrado bastante eficaz na identificação de diversos tipos de fraudes”, esclarece ele que, contudo, faz um alerta quanto à possibilidade dessa tecnologia também ser utilizada para o mal. “Assim como os pesquisadores conseguiram criar um sistema para detectar atividades cibernéticas ilícitas, eles podem tranquilamente fazer outro, para burlá-lo”, diz ele, afirmando que, cedo ou tarde, os criminosos acabam se adaptando aos novos desafios que lhes são impostos. “O risco sempre estará presente, mas cabe a nós minimizá-los”, finaliza o engenheiro.

Europa aprova regras para proteger dados

Aprovada em 2016, a Regulamentação Geral de Proteção aos Dados (GDPR sigla em inglês) passou a vigorar dia 25, definindo regras mais restritivas para melhorar a privacidade e a segurança sobre a coleta, o armazenamento e o compartilhamento dos dados pessoais de quem está domiciliado na UE (União Europeia). Contudo, como vai impactar todos os modelos de negócios de quem tem algum relacionamento com a UE, mesmo que essa interface seja mínima ou totalmente fora do Velho Continente, na prática, o alcance dessas normas será global.

Esse novo marco legal no velho continente vai exigir das empresas brasileiras, sejam elas micro ou pequenas, indústrias, comerciais ou mesmo de serviços, atenção redobrada em relação a suas atividades de guarda e proteção desses dados, inclusive no controle e na mitigação de eventuais riscos referentes à sua utilização. “Quem não adequar seus sistemas de tecnologia para atender as exigências desse regulamento, corre o risco de ficar de fora desse importante mercado comercial, além da possibilidade de arcar com restrições e pesadas multas, que podem chegar a R$ 20 milhões ou até 4% da receita global da empresa, o que for maior”, alerta o advogado Marcos Tavares Leite, especialista jurídico do Simpi-SP.  




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