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Horário eleitoral começa com indefinição no cenário

Morte de Eduardo altera estratégias na TV; Dilma e Skaf terão tempo superior aos rivais

Por Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
18/08/2014 | 07:00
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A partir de amanhã até o dia 2 de outubro, o horário eleitoral gratuito será exibido em emissoras de televisão aberta de segunda a sábado, das 13h às 13h30 e das 20h30 às 21h, e nas estações de rádio a propaganda será veiculada das 7h às 7h30 e das 12h às 12h30. A presidente Dilma Rousseff (PT), que busca a reeleição, e o candidato ao governo do Estado do PMDB, Paulo Skaf, levam vantagem em relação ao tempo de exposição.

A programação vai refletir o clima de indefinição, por conta do trágico acidente aéreo da quarta-feira, em Santos, que matou o presidenciável do PSB, Eduardo Campos – o socialista figurava na terceira posição em pesquisas de intenções de voto e o partido ainda não definiu substituto. Essa é a primeira eleição em que um candidato à Presidência morre durante a campanha. A propaganda socialista foi produzida com aparições repartidas com a vice, a ex-senadora Marina Silva, cotada para encabeçar a chapa.

Juntas, as candidaturas do senador Aécio Neves (PSDB) e do PSB têm seis minutos e 38 segundos no horário eleitoral. O tempo deve ser usado para apontar problemas na gestão Dilma, que terá 11 minutos e 24 segundos para se defender, prestar contas e convencer de que poderá melhorar desempenho (veja arte completa ao lado).

Para a cientista política Maria do Socorro Souza Braga, da Ufscar (Universidade Federal de São Carlos), os candidatos terão de ser cuidadosos para não caírem em descrédito. “Se o partido de oposição só privilegia a chamada propaganda negativa, pode perder a eleição porque deixa de mostrar o que está propondo no lugar. O eleitor sabe qual área é a pior. O desafio é a solução.”

“No caso da presidente, que tem muito o que mostrar, o tempo será ponto a favor”, afirmou o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, que coordena a campanha de Dilma em São Paulo. Integrante do projeto de Aécio no Estado, o secretário paulista de Esporte, Lazer e Juventude, José Auricchio Júnior (PTB), destacou que o horário político será importante no início, perderá importância no meio e volta ser relevante no fim. “É provado.”

A propaganda para a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes possui cenário curioso. O governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição e líder isolado nas pesquisas eleitorais, conta com menos tempo que Skaf e pouco mais que Alexandre Padilha (PT). Petista e peemedebista têm, juntos, dez minutos e 20 segundos, tempo em que vão explorar problemas no legado de 20 anos de gestões tucanas.

“O que explica essa alta aprovação na gestão Alckmin (preferido por 55% dos eleitores, segundo Datafolha)? O tempo vai ser para reforçar isso, para que o eleitor não desista e permaneça com ele, mesmo depois que todo mundo cair em cima dos problemas da administração. Vai ser até pouco tempo”, projetou Maria do Socorro.

Coordenador da campanha de Skaf, o ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho aposta que o horário eleitoral vai alavancar a candidatura do PMDB e do PT, o que resultará em segundo turno. “Skaf precisa ter visibilidade, é conhecido por 40% dos eleitores, enquanto o Alckmin, principal adversário, é conhecido por 100%.”

“Evidentemente que o governador é favorito na corrida, sempre disse isso. Mas acredito que Padilha crescerá e espero que o Skaf também cresça um pouquinho. Mas se for para ter uma aposta, apostaria que o Padilha alcançará o segundo lugar”, definiu Luiz Marinho.




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