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Insegurança
Ação de criminosos no km 21 da Anchieta põe motorista em risco

Ausência de rondas da polícia facilita modo de ataque dos bandidos, que atiram blocos nos vidros para obrigar o condutor a parar o veículo

Bia Moço
Especial para o Diário
25/04/2018 | 07:05
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Celso Luiz/DGABC


 Como o Diário tem mostrado em reportagens desde domingo, a ausência de rondas intensivas tem levado insegurança a vários pontos da região. Exemplo disso está na altura do km 21 da Via Anchieta, em São Bernardo – sentido que liga o município à Capital –, que se tornou ponto de preocupação para motoristas que são obrigados a utilizar o acesso, em frente à entrada do DER. Como o local está em obras – ampliação da marginal Norte, prevista para ser entregue em maio –, há trecho afunilado e sem iluminação para desvio, o qual tem causado transtorno para quem tem de utilizar a via.

A nova modalidade de ação dos criminosos é atirar blocos de concreto, a fim de quebrar o vidro frontal e obrigar o condutor a parar o veículo.

Essa forma de ataque não é novidade no SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes), tendo em vista que há dois anos ocorreram diversas ações em quilômetros distintos – km 32 e km 59 da Rodovia dos Imigrantes e km 47 da Via Anchieta. Um dos casos que mais chamou a atenção ocorreu em maio de 2016, quando o ato provocou a morte do estudante Reinaldo Lima de Souza Júnior, 17 anos, atingido na cabeça por pedra de 20 quilos durante ação de grupo criminoso, no km 59 da Rodovia dos Imigrantes.

Daquele período em diante a ação dos criminosos tem sido constante. Embora na época a Ecovias – responsável pelo SAI – tenha justificado que havia instalado novas câmeras, telamento e iluminação, além de erguer muros de concreto de três metros de altura entre os km 58,5 e km 59,5, e do km 68 ao km 68,8 da Rodovia dos Imigrantes, nesta área de São Bernado nada mudou. Exemplo disso é o caso do empresário Fabio Eduardo Valério, 46 anos, que na noite de segunda-feira teve o carro atingido por bloco que, por menos de dois centímetros, não atingiu o vidro do para-brisa.

“Por volta das 19h, voltava para casa e vi um bloco enorme caindo, mas infelizmente não deu tempo de desviar. Por sorte, caiu na parte de metal do carro. Pude ouvir um grupo de meninos gritando para que eu parasse, mas acelerei mais e saí de lá. Tentei olhar pelo retrovisor, mas não os vi mais”, relatou o morador da Vila Dusi.

Assim que conseguiu sair da vista dos assaltantes, Valério ligou para a polícia e registrou o caso, via telefone. O efetivo disse que mandaria viatura ao local. No entanto, a equipe de reportagem do Diário esteve no local ontem e constatou que cerca de 20 garotos ficam sentados debaixo do viaduto, exatamente no local descrito pela vítima.

O empresário relatou o caso nas redes sociais e, em publicação no Facebook, encontrou casos iguais ao dele. “Algumas pessoas comentaram ter passado pela mesma situação, e no mesmo local. Ou seja, é algo recorrente.”

Com prejuízo de R$ 600, ele diz estar tranquilo por não ter acontecido algo mais grave. “Agora fica o trauma e a tentativa de um caminho alternativo para fugir da criminalidade, o que está difícil em qualquer lugar.”

A Ecovias, por meio de nota, disse “não ter poder de polícia – ou seja, não lhe cabe fiscalizar, perseguir e prender pessoas que praticam atos que ferem a lei, mesmo que essas pessoas estejam e atuem dentro de sua área de concessão”. A concessionária, no entanto, frisa que mantém diálogo com o policiamento rodoviário da Polícia Militar, responsável pela fiscalização no Sistema Anchieta-Imigrantes, e tem adotado série de medidas contratuais para apoiar o poder público.

A Polícia Militar, por sua vez, afirma ter registrado a ocorrência citada na reportagem, porém, “após patrulhamento nenhum indivíduo em atitude suspeita foi localizado nas proximidades do fato”.

Segundo a corporação, no ano passado, 67 ocorrências semelhantes ao fato narrado foram registrada no Sistema Anchieta-Imigrantes. Em 2018, outras oito ocorrências foram comunicadas a corporação.

 

 

 




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