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Em São Bernardo
Empresa retira equipamentos de UTI da Santa Casa de São Bernardo

Ao todo, 16 equipamentos foram removidos da unidade; dívida está avaliada em R$ 80 mil

Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
18/02/2020 | 11:52
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Nario Barbosa/ DGABC


Os equipamentos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, na avenida Robert Kennedy, 2.900, em São Bernardo, foram retirados da unidade, na manhã desta terça-feira (18), por volta das 9h, pelo atraso nos pagamentos que se estende desde abril do ano passado. Ao todo, são 16 equipamentos, entre eles eletrocardiógrafos - utilizado para efetuar o exame de eletrocardiograma -, monitores multiparâmetros e respiradores, que por mês, o aluguel dos itens custava em média de R$ 12 mil.

Segundo a empresa responsável pelos equipamentos, a Oxymed Locação de Equipamentos Médicos, o atraso dos pagamentos iniciou em abril do ano passado, no mês de agosto, a diretoria da entidade esteva na unidade de saúde para um acordo com as dívidas atrasadas, pois segundo eles, "não dava para continuar do jeito que estava, a dívida só estava aumentando", declara um funcionário que prefere não se identificar. 

"Viemos até a Santa Casa e parcelamos a dívida em seis vezes. Ainda questionamos se era a melhor forma deles (Santa Casa) pagarem e eles concordaram", declara o funcionário. Segundo relatos, nessa época, a dívida já estava em média de R$ 50 mil. 

Após a primeira tratativa, a unidade chegou a efetuar o pagamento das duas primeiras parcelas do acordo, porém, sem depositar os meses que não estavam inclusos na negociação. "Então, praticamente foi entrando em pendência, tanto que no financeiro da Oxymed, ainda existe nota fiscal de abril vencida", lamenta o colaborador. A entidade trabalhava com a Santa Casa cerca de quatro anos. 

Para resolução do caso, o financeiro e a diretoria da entidade enviavam e-mails, mensagens via WhatsApp e ligações para notificação dos pagamentos em atraso, mas, para surpresa da empresa, foram ignorados pela Santa Casa. Com isso, atualmente, a dívida está avaliada em pelo menor R$ 80 mil. 

Ainda segundo os depoimentos de funcionários, o repasse em atraso está na responsabilidade do Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual). O instituto fechou contrato com o hospital em agosto de 2014, para garantir o atendimento médico aos 18 mil servidores, beneficiários e agregados que residem na cidade. O contrato contava com investimento de R$ 4,2 milhões ao ano no município. 

Para não prejudicar os pacientes da unidade, a Oxymed informou a Santa Casa que os equipamentos seriam removidos e por isso, não havia munícipes internados no momento da retirada. "Vamos tentar buscar o pagamento dessa dívida em atraso", lamenta o colaborador. 

Ao Diário, o administrativo da Santa Casa informou que "a retirada dos equipamentos se fez devido ao encerramento do contrato". E com relação aos itens, afirmam que os mesmos já estão repostos e em nada afetará o andamento da unidade. 

A Prefeitura de São Bernardo esclareceu que o termo de convênio firmado pela administração é apenas para os leitos de enfermaria, não diz respeito a UTIs, "uma vez que o hospital não é gerido pelo município", destacam. 

O Diário não conseguiu contato com a Iamspe.

EXPERIÊNCIA

O motorista Sidney Antônio Lourenção, de 50 anos, comenta que, em 2017, precisou ficar internado por oito dias na UTI da unidade por conta de um enzima na musculatura ter se rompido e lamenta o ocorrido na Santa Casa. "Não tive o que reclamar na minha estadia na unidade. Foi tudo rápido pois cheguei muito ruim no hospital. É uma pena a retirada desses equipamentos", comenta. 

A filha de Sidney, Fernanda da Costa Lourenção, 26, destaca que, por meio de convênio, sempre passam por consultas e exames na unidade e acredita que os equipamentos farão falta. "É um conjunto de serviços, então, mesmo que fique alguns equipamentos, talvez não supra as necessidades de atendimento", avalia.

Atualmente, a Santa Casa funciona 24 horas atendendo especialidades como clínico geral, cardiologia, odontologia, ortopedia e nutrição. No prédio com dois pavimentos estão instalados 63 leitos dos quais 42 já estão em funcionamento. O Centro Cirúrgico com 04 salas e a UTI com 09 leitos. 




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