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Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024

Política externa de Jair Bolsonaro
Do Diário do Grande ABC
31/10/2018 | 13:24
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Artigo

Presidente eleito. Agora é possível imaginar o que se pode esperar do novo governo no que diz respeito à política externa. Pelo que está escrito no plano de governo de Jair Bolsonaro e pelo que foi dito durante a campanha eleitoral, não se pode saber em detalhes quais medidas serão efetivamente adotadas e as suas prioridades.

Embora não constem de seu plano de governo, declarações sobre política externa foram feitas. Por exemplo, a crítica que fez ao Comitê de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) quando este defendeu a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Fez também críticas e ameaçou sair do Acordo de Paris, que trata da redução das emissões de gases de efeito estufa, mas, às vésperas do segundo turno, explicou mais claramente quais condições levariam o País a sair deste acordo.

Outra decisão, que parece irreversível, é a promessa de extraditar o italiano Cesare Battisti, condenado por assassinatos na Itália, cujo pedido de extradição feito pelo governo italiano foi negado pelo ex-presidente Lula, que o considera preso político.

Pelos elogios que o presidente eleito faz à posição nacionalista do presidente dos Estados Unidos e pelas promessas de repensar as relações do Brasil com o Mercosul e os Brics, sua política externa deve ser totalmente contrária à adotada pelos governos petistas. É favorável à destituição do poder de Nicolás Maduro na Venezuela, mostrando-se disposto a fortalecer as relações com países da América Latina ‘livres de ditaduras’.

Diz ainda que pretende intensificar a aproximação com os Estados Unidos, Israel e Taiwan, mas por outro lado não reconhece a Palestina como país. Em diversas ocasiões deixa claro que ‘temos, sim, de procurar fazer parcerias com todos os países, mas sem abrir mão de nossa soberania’ e, reafirma que, se possível, ‘vamos fazer com que comprem no Brasil, não comprem o Brasil’. Pretende reduzir as ‘alíquotas de importação e das barreiras não tarifárias e, paralelamente, constituir novos acordos bilaterais’. Pensa ainda em buscar ‘nova forma de fazer comércio com toda a América do Sul, sem viés ideológico’.

Agora é o momento de acompanharmos o que de fato será feito em relação à política externa brasileira. A certeza que temos é que Bolsonaro não encontrará mundo fácil com o qual se relacionar, não só pelas incertezas políticas que pairam em boa parte do planeta e pelas vulnerabilidades econômicas dos países em desenvolvimento, mas também pelas reações e análises negativas de parte da imprensa internacional e de seus opositores.

Zilda Mendes é professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie e atua nas áreas de comércio exterior e câmbio.

Palavra do leitor

Ótima cobertura
A edição deste Diário de segunda-feira está simplesmente magnífica. Trouxe cobertura das eleições com os mínimos detalhes, mostrando números de todos os municípios do Grande ABC e do pleito a nível presidencial e governamental. Achei interessante que até esta coluna Palavra do Leitor publicou as opiniões de vários leitores e leitoras a respeito do resultado final das apurações. O Diário deu verdadeiro ‘banho de jornalismo’, mostrando que tem potencial para disputar qualidade com qualquer outro considerado jornal grande. Fica aqui os meus parabéns pela equipe responsável por essa ótima e eficiente cobertura.
Arlindo Ligeirinho Ribeiro
Diadema

Sem alianças
Parabéns ao eleitor brasileiro, que acordou e começou a entender que quanto mais coligações, as promessas de campanha jamais serão cumpridas. Prova disto é o partido do presidente eleito, que não se aliou com Deus e o diabo, porque, segundo um ditado popular, ‘é melhor engordar meia dúzia de porcos do que uma porcada inteira’. Ou seja, com poucos você conseguirá repartir igualdade e, com muitos, uns serão privilegiados e outros passarão fome. Portanto, o futuro presidente poderá fazer governo mais voltado para a Nação, pois seu compromisso maior é com a população. E que Deus lhe dê muita luz e sabedoria. Para frente, Brasil.
Sérgio Antônio Ambrósio
Mauá

Alto custo
Em relação à descentralização da farmácia de alto custo do Hospital Mário Covas, em Santo André, alguém da Secretaria de Estado da Saúde respondeu que ‘vem se reunindo com representantes do Consórcio e aguarda o envio de propostas e pareceres dos municípios para dar andamento à implantação da farmácia’ (Setecidades, dia 28 de setembro). A verdade é que alguém está mentindo. Uns dizem que o Poupatempo de São Bernardo está pronto para receber a farmácia, e a secretaria afirma que continua se reunindo e analisando as propostas, ou seja, até hoje continuam analisando. Estão precisando de ajuda? Já se passou um mês e ainda afirmam a mesma coisa. É imensa falta de respeito com os cidadãos, que não aguentam mais serem enganados por ‘gestores’ e ‘políticos’ que nada fazem a não ser colocar seus interesses acima dos da população, e adoram nos colocar no jogo do empurra-empurra. Lamentável também a posição da Justiça de não deferir o pedido do MP, deixando, assim, a descentralização à espera da boa vontade única e exclusiva da Secretaria de Estado da Saúde.
Thiago Scarabelli Sangregorio
São Bernardo

Alckmin
A desculpa de Geraldo Alckmin, de que não ligou para cumprimentar João Doria, eleito governador de São Paulo, porque em seu sítio em Pindamonhangaba, Interior, o sinal de celular não funcionava, é para lá de esfarrapada! Independentemente das divergências, como presidente do PSDB, atitude republicana e justa seria estar na Capital e comemorar a vitória junto com Doria e companheiros da sigla. PSDB: barco à deriva.
Paulo Panossian
São Carlos (SP)

Fio de esperança
Na eleição de 2002 morava no berço do Partido dos Trabalhadores e fiquei muito emocionada ao ver a alegria das pessoas pela certeza de estarem elegendo alguém que tinha discurso em nome da mudança, para quebrar a bandalheira que existia. Eu desconfiava, mas tinha um fio de esperança. Infelizmente deu no que deu: a miséria foi ampliada e as instituições se desmoralizaram. Hoje, apesar do dito salto no escuro, quem trabalha duro, ou os milhões de desempregados, e todos pagantes de impostos escorchantes estamos esperançosos novamente. Vai ser fácil? Não mesmo! Até porque os derrotados vão fazer o que têm muita competência para fazer: oposição ferrenha, destrutiva, enfurecida. Precisamos de muita fé e paciência para enfrentar os dias obscuros que hão de vir.
Aparecida Dileide Gaziolla
São Caetano 




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