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Quinta-Feira, 25 de Abril de 2024

Desvendando a economia
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Desvendando a Economia
Liberdade econômica da Escola Austríaca
Alexandre Borbely
Anderson dos Santos
Ângelo Grasino
Thiago Farias
professores do curso de Ciências Econômicas da Universidade Metodista de São Paulo
27/07/2018 | 07:07
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A ciência econômica vem sendo construída e debatida desde a antiguidade. Boa parte do pensamento econômico foi formulada por filósofos, pensadores e economistas que se dedicavam a observar o cotidiano e o comportamento da sociedade. Muitos desses pensadores se debruçaram em estudos para solução dos problemas econômicos de sua época e, na maioria das vezes, com base na experiência do passado. Assim, surgiram as mais diversas teorias e correntes econômicas, dentre as quais figura um grupo que influencia intelectuais, economistas e políticos até hoje: a Escola Austríaca de Economia.

Nascida com o economista Carl Menger no século 19, a Escola Austríaca leva esse nome pelo fato de os pioneiros e principais pensadores possuírem nacionalidade austríaca. Entre eles estão Ludwig von Mises (grande expoente da escola), responsável por definir a economia como uma ciência complexa, que deveria levar em consideração a ação humana e o tempo; Eugen von Böehm-Bawerk, crítico ferrenho da mais-valia desenvolvida por Marx, em O Capital; e o ilustre Prêmio Nobel de 1974, Friedrich Hayek, que considerava que, diante de imposições de uma ordem coletiva para a sociedade, o planejamento estatal era irracional. Hayek foi defensor do livre mercado e da propriedade privada. Outros economistas marcaram presença nesta escola do pensamento, que tem como premissa básica a liberdade econômica.

A Escola Austríaca defende a existência de pilares imprescindíveis à liberdade e à prosperidade do homem. Seus seguidores acreditam que fenômenos econômicos derivam das ações individuais, que constituem a lógica da ação humana. Os indivíduos agem na sociedade, invariavelmente, buscando sair de um estado de desconforto para um estado de menor desconforto. Esse raciocínio enaltece a importância dos julgamentos e escolhas pessoais como determinantes dos fenômenos econômicos, ou seja, os indivíduos devem ter total liberdade para tomar as próprias decisões em todas as áreas da vida.

O mesmo ocorre com as empresas, que não conhecem o funcionamento da economia em sua plenitude. No entanto, têm grande conhecimento sobre o funcionamento da produção e da demanda do mercado onde atuam. Por essa razão, as empresas devem ter liberdade para tomar decisões de acordo com fatos do mercado, alterando, por exemplo, quantidades produzidas e oferecidas.

O pensamento econômico da Escola Austríaca defende que os governos também não são bem informados em relação ao funcionamento e detalhes dos diversos mercados existentes na economia. Assim, governos não teriam capacidade para tomar decisões que submetam agentes econômicos a agirem de forma indesejável. O planejamento estatal iria contra a liberdade dos agentes. Tal fato causaria maiores falhas de mercado, como, por exemplo, a ineficiência produtiva.

Para corrigir tais falhas, segundo esta corrente, o governo deveria agir de forma coercitiva. Esta ação poderia levar ao totalitarismo do Estado e, consequentemente, à extinção da liberdade dos agentes econômicos. Para a teoria austríaca, essa é a razão principal segundo a qual governos devem proteger a liberdade do mercado.

Ao contrário do que muitos acreditam e pré-julgam, esses intelectuais não criticavam somente o Estado baseado em alicerces socialistas e comunistas. Murray Rothbard, na década de 1970, criticou o tamanho do Estado e a má gestão do governo nos Estados Unidos. Tema que faz a teoria austríaca ser atual e plenamente relevante para o Brasil, tendo em vista o aumento da participação do Estado na economia nas últimas décadas.

A receita austríaca para o crescimento e desenvolvimento da economia passa por redução da carga tributária, equilíbrio fiscal, diminuição do grau de intervenção do Estado no ambiente dos negócios e incentivos à livre-concorrência, impulsionando novas tecnologias e o aumento da produtividade.

Caro leitor, não estamos tratando aqui do que é melhor, ou seja, Estado ou mercado. Nosso objetivo principal foi trazer um pouco sobre os ideais desta corrente do pensamento econômico. Cada agente econômico tem papel importante para a economia. A competição permite conseguir um sistema eficiente de produção e distribuição de bens e serviços. A concorrência estimula o empreendedorismo e o acesso às novas tecnologias. A liberdade na tomada de decisões pode levar à prosperidade dos indivíduos. Ao Estado cabe promover o desenvolvimento econômico e, principalmente, ser o motor da erradicação da pobreza. 




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