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Quarta-Feira, 24 de Abril de 2024

Temos o que comemorar com o SUS?
Do Diário do Grande ABC
25/05/2018 | 16:45
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Artigo

Criado pela Constituição Cidadã de 1988, que assegurou acesso universal ao sistema de saúde para todos os cidadãos brasileiros, o SUS (Sistema Único de Saúde) completa três décadas em funcionamento em 2018, com grandes conquistas, sim, mas também muito a ser feito para alcançar os propósitos humanitários da Constituinte.

Reconhecido por ser o maior sistema de acesso universal ao tratamento gratuito da Saúde do mundo, o SUS propõe-se a assistir a mais de 160 milhões de brasileiros. O Brasil é, na verdade, o único País do mundo com mais de 100 milhões de habitantes e que utiliza esse tipo de assistência (gratuita) à totalidade da população.

Para termos ideia do tamanho desse sistema, em 2016 foram realizadas mais de 11,3 milhões de internações (contra 7,9 milhões do sistema privado) no País. Além disso, o sistema público dispõe de 336 mil leitos, enquanto o privado se vale de 158 mil.

O número de usuários atendidos pelo SUS foi ampliado dos 30 milhões iniciais para mais de 160 milhões atualmente. Com isso, encerramos o ano de 2017 com 904 mil pessoas na fila, aguardando por cirurgia. Desses, 83% estão na fila há mais de dois anos e 1,4%, há mais de dez anos aguardando por algum procedimento. É importante ressaltar que a expectativa de vida do brasileiro cresceu nesse período – saltou de 69,7 para 73,1 anos.

Contudo, de todos os países que adotaram sistema universal de Saúde, ironicamente o Brasil é o menos que investe. O Reino Unido destina 16,57% de suas riquezas (somados gastos e arrecadação) em Saúde pública, sendo que 83,41% de todos os investimentos no setor são públicos. A Suécia banca 84,03% dos gastos totais em Saúde, com investimento correspondente a 19,03% do seu PIB (Produto Interno Bruto). O Canadá investe 18,77% de seu PIB, bancando 70,9% de todos os gastos no setor. Já na França são investidos cerca de 15,69% do PIB, bancando 78,21% dos gastos com a saúde da população.

Por aqui, contudo, em torno de 35% do total dos investimentos são desperdiçados nos drenos da corrupção que assola nossa economia como um todo, do superfaturamento, do desperdício e do uso inadequado dos insumos e medicamentos.

O Estado brasileiro investe apenas 6,7% do PIB em Saúde, realizando apenas 44,25% dos gastos em Saúde pública. Como se vê, não há muito que ser comemorado nessas três décadas de projeto. Precisamos, sim, rever os investimentos e seus respectivos destinos para garantir real acesso universal à Saúde a todos os indivíduos brasileiros.

Raul Canal é advogado, presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética e escritor.

Palavra do leitor

Ao caos – 1
Os absurdos 46 aumentos em 30 dias nos preços de combustíveis acarretaram em grandes reajustes nos valores de todos os produtos e serviços. É fato! É real! Os governos só nos roubam! Até junho nós, contribuintes, pagamos apenas impostos aos governos, que nada produzem. Estamos cercados de ladrões, hipócritas. Nós somos os bananas! O povo está muito calado e pacífico! Nós temos o poder! Vamos levantar bandeiras contra essa corja, que não faz nada além de roubar. Criam-se taxas do nada! Pagamos para tratar o esgoto há 50 anos e somente de alguns anos para cá temos notícia que uma parte está sendo tratada.
José Eduardo Zago
Mauá

Aos caos – 2
Estamos à beira do caos, enfrentando preços abusivos dos combustíveis, possível falta devido à paralisação dos caminhoneiros e ainda com donos de postos cobrando R$ 9,99 o litro da gasolina. Estão se aproveitando dos cidadãos. Sei que a gasolina sai da Petrobras a R$ 2,06, e nas refinarias aumenta R$ 1,91. O empresário vende a R$ 4,50, pois também precisa ganhar. Não temos nenhum político capaz de vir a público e defender a população desses abusos? É por isso que, além de não elegermos ninguém, temos de ter coragem de conhecer a proposta dos que vão decidir nossa vida. Por que não usar o dinheiro do fundo partidário para cobrir o rombo? Se fizerem isso os picaretas oportunistas vão aparecer. Triste este nosso Brasil!
Izabel Avallone
Capital

Aos caos – 3
Para frear o aumento sem controle nos combustíveis, uma das soluções seria tomar os bens (que não são poucos) de todos que detonaram a Petrobras e reduzir o número de políticos em todos os níveis. Acabar com esse cabidão de empregos, que leva o País cada vez mais para o fundo do poço, pela incompetência de governo que prefere aumentar combustíveis todo mês – levando o custo de vida às alturas e gerando mais inflação –, do que acabar com as mordomias. Esses indivíduos são exatamente o inverso das pessoas que trabalham e continuam mantendo o Brasil no caminho da ordem e do progresso, País que corre sério risco de não conseguir enxugar o chão se ‘intelectuais’ que conduzem a Nação não fecharem torneiras e ter respeito com a população.
Sérgio Antônio Ambrósio
Mauá
Meu carro, minha vida
Se o brasileiro fosse ‘peitudo’, como se usa dizer, faria o seguinte: abandonaria seu carro em plena avenida e voltaria para casa a pé. Sabe quando?
Maria Elisa Amaral
Capital

Aprendizagem
Escola sem partido, mas com política. Reportagem da lavra de Rodolfo de Souza ‘Cala a boca, companheiro’ expressa extrema preocupação sobre a possibilidade de o Congresso vir a aprovar projeto de lei denominado escola sem partido (Setecidades, dia 17). Chega a prever que todos haveremos de andar fardados e com o mesmo corte de cabelo, ouvindo só músicas marciais, reverenciar diariamente as autoridades e termina descrevendo que isso é fruto de seleto grupo que trabalha arduamente contra o progresso da Nação, objetivando condená-la a permanecer no submundo da pobreza. Ora, não há motivo para tanto alarde. A uma, que o povo brasileiro já decidiu que nossa bandeira jamais será vermelha. A duas, que o seleto grupo descrito na coluna já teve seu destino traçado pelo juiz Sérgio Moro.
Adauto Campanella
São Caetano

Asfalto (queijo) suíço
Sou morador de Santo André, no Clube de Campo, bairro no qual, nesta semana, a Prefeitura decidiu tapar os buracos no asfalto. Moro em rua relativamente curta e contei mais de 70 remendos, sendo que, destes, mais de 50 estão em espaço de uns 200 metros de via. Esses remendos costumam durar muito pouco, nem seis meses. Será que ao invés de gastar fazendo remendos várias vezes ao ano não valeria a pena investir um pouco mais e refazer o asfalto completo, que, pelo menos, duraria alguns anos, evitando, assim, gastos do dinheiro público – ou seja, nosso dinheiro – com algo que não resolve nada? Remendo novo em roupa velha só piora o rasgo.
Hugo Leonardo Ribeiro
Santo André

Quem paga o pato?
Já está mais do que claro que os bilhões de reais que foram surrupiados dos cofres da Petrobras jamais serão devolvidos, mesmo que muitos dos culpados estejam na cadeia. Dessa forma, só restou aos ‘gênios’ da área econômica do governo aumentar sistematicamente os preços dos combustíveis. Alguém tem alguma dúvida?
Luís Fernando Amaral
Laguna (SC) 




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