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Sábado, 27 de Abril de 2024

Iceberg dos custos
Do Diário do Grande ABC
06/05/2018 | 10:27
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Artigo

Quando bloco de gelo se desprende de geleira, muitas vezes não se tem ideia de seu tamanho, porque a maior parte dessa massa está submersa, longe dos olhos. Com os custos na área da saúde privada é semelhante. O seu efeito parece ter a ver apenas com o que está acima da linha d’água – o aumento das mensalidades. Em 2018, a discussão será em cenário da mais baixa inflação dos últimos 20 anos. Como explicar que o reajuste deva vir acima da inflação? Para compreender o fato, não basta olhar à ponta do iceberg.

As operadoras de planos de saúde são as únicas reguladas e fiscalizadas pelo governo, com processos consolidados e transparentes de prestação de contas. Mesmo assim, 85% dos custos das operadoras não são por elas gerenciáveis. É a imensa massa abaixo da linha d’água do iceberg. A alta proveniente dos serviços médicos é repassada ao consumidor. Para cada R$ 100 recebidos, o setor gasta R$ 99,3. Poucos sabem que, nos últimos dez anos, em termos práticos, o setor só conseguiu se sustentar pelo resultado financeiro das reservas que protegem os riscos.

Embora o crescimento dos gastos da Saúde seja realidade no mundo todo, o Brasil chama a atenção. A nossa inflação médica está entre as dez mais elevadas em 2016, segundo relatório da consultoria Aon Hewitt. O que pesa nesse resultado? O avanço da tecnologia médica e o aumento da utilização dos serviços médicos. Por exemplo, a quantidade de utilizações aumentou 6,4% de 2015 para 2016 – totalizando 1,4 bilhão de procedimentos (o equivalente a 4 milhões de procedimentos/dia), mesmo tendo ocorrido a perda, no mesmo ano, de 1,5 milhão de consumidores.

Por isso, quando comparada com índices de inflação, a variação dos gastos com saúde vem aumentando consideravelmente. Entre 2008 e 2016, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) atingiu 65,2%, contra despesas assistenciais médico-hospitalares per capita de 142,8%, sendo que o reajuste autorizado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) foi de 104,2%. A conta não fecha. O que pode ser feito para mudar esse quadro? Não há solução mágica e única que dependa apenas das operadoras. É preciso que toda a cadeia produtiva da Saúde busque reduzir e racionalizar custos.

O setor não está parado. Medidas começam a ser testadas. Uma delas é mudar a forma de pagamento dos prestadores de saúde, hoje baseado no modelo de remuneração pela quantidade de procedimentos realizados. Ideal é que se adote o modelo baseado no melhor resultado para o paciente. Operadoras são apenas a ponta do iceberg. Toda a cadeia de valor da saúde privada deve contribuir para que o acesso da população a medicina de qualidade seja assegurado.

Solange Beatriz Palheiro Mendes é presidente da FenaSaúde.

Palavra do leitor

Hora de parar
Está na hora de o povo brasileiro parar de endeusar jogadores de futebol, idolatrar artistas de televisão e, acima de tudo, com as eleições se aproximando, parar de paparicar políticos, como se essas pessoas ajudassem a pagar suas contas de água, luz, aluguel, IPTU etc. Pois, se não pensaram nisso no passado, comecem a pensar agora, para que no futuro seus filhos e netos possam desfrutar de País com maior seriedade e respeito com sua população, coisa que até agora essa geração não desfrutou. Outubro é o mês de começarmos a passar a Nação a limpo. Acorda, Brasil!
Sérgio Antônio Ambrósio
Mauá

Descaso
Mato assola a Rua Circular, no Parque das Fontes, bairro Santa Luzia, em Ribeirão Pires. Já faz um ano de descaso! Nós, dessa via, não pagaremos o IPTU 2018. Junto ao mato o pessoal começa a jogar lixo, tal o descaso do poder público. Sem contar as cobras na calçada, que é intransitável. Temos de caminhar pela via, com os carros, por impossibilidade de usar a calçada. Isso ocorre em várias vias de Ribeirão. Prefeito Kiko, a ouvidoria municipal promete 15 dias para regularizar e não cumpre. Boa só para ‘ouvir’. Não tem credibilidade. Já foram seis reclamações. Agora, volto a clamar e esperar providências para a cidade, que se intitula ‘estância turística’, mas que não tem vocação nem gestão para isso.
Jairo Brandão
Ribeirão Pires

Política x futebol
A política todo mundo sabe como funciona. O futebol também. Agora, imaginem quando os dois se unem, como, por exemplo, na figura do deputado Andrés Sanchez. Depois da final do Campeonato Paulista falou tudo que tinha direito e, agora, volta com o mesmo papo-furado: 1 – não vai pôr o time em campo se houver outro jogo; 2 – o caixa está cheio, então vai comprar todo mundo, vai atravessar os outros times, enfim, festival de ‘abobrinhas’. Duas coisas, deputado: 1 – não precisa ter medo, porque o recurso não vai dar em nada, assim como não deu o jogo ‘controle remoto’ da final contra o Santos, a ‘castrilhada’ contra a Portuguesa (o juiz argentino foi direto para o aeroporto, de vergonha), e, finalmente, a obra-prima: a final contra o Inter-RS, com pênalti escandaloso não marcado e a expulsão de Tinga (o árbitro Marcelo Rezende de Freitas pendurou o apito no dia seguinte. Curioso, não?). Quanto ao dinheiro, se está sobrando, que tal pagar um pouco da fatura à Caixa Econômica Federal pelo estádio, antes que sobre para nós pagarmos! Antes que eu me esqueça, já foi visitar o padrinho em Curitiba?
Paride Pellicciotta
Santo André

Driblando as fake news
Para onde vai parar a onda dos ‘eles contra nós’, ‘coxinha contra mortadela e mortadela contra coxinha’. Com a aproximação das eleições tem sido comum ver na internet, principalmente nas redes sociais, disseminação contínua de notícias sobre os possíveis candidatos. Tem notícias para todos os gostos. É uma imensidão de informações propagandas diariamente, o que é verdade e o que é mentira? Recentemente, as informações falsas, ou fake news, se tornaram forte epidemia na web pela rapidez com que percorrem o planeta, que facilmente poderão ser usadas com objetivos de desinformar e contaminar o debate político, como aconteceu nos Estados Unidos nas últimas eleições. A Justiça está correndo contra o tempo para tentar barrar os boatos. Mas cabe a cada cidadão fazer o mesmo. Para isso todo brasileiro precisa estar atento ao que lê, ouve e recebe em suas redes sociais, para que possa identificar o que é real ou fake news no cenário político.
Turíbio Liberatto
São Caetano 




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