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Rodovias de serviços

Trecho reconstruído com curvas mais abertas

Por Creso Peixoto
14/10/2017 | 07:07
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O conjunto de rodovias de um país exige plano diretor para bem servir e sob risco aceitável. Rodovia segura não quer dizer a que não tenha acidentes. São as que apresentam sistemas de segurança compatíveis ao tráfego, com fiscalização e melhorias. Locais com grande concentração de acidentes devem ser cuidadosamente analisados. Curvas fechadas?

Trecho reconstruído com curvas mais abertas. Rampa excessiva? Necessário usar o freio mesmo descendo engatado? Indica traçado cuja melhor solução é uma nova rodovia. Ideal? Inserção de plano de auditoria de segurança viária: antes de acontecer acidentes graves, modelos de estudo permitem verificar o grau de risco e propostas efetivadas minimizam estatísticas.

O plano rodoviário nacional já apagou 68 velinhas em 2017. Mais de 210 mil quilômetros de rodovias já pavimentados. Suficiente? Caso todos os 43 milhões de veículos do Brasil atual fossem para a rodovia ao mesmo tempo, circulariam a 10 km/h, com um veículo a cada 10 metros. Para que todos circulassem a 100 km/h deveria ser oferecida malha quase três vezes maior, com veículos separados a 28 metros. Mas, e o risco? Excesso de velocidade, beber e dirigir e uso do celular ao volante são comuns na nossa terra.

Solução? Em curto prazo, sistemas de fiscalização sob análise do comportamento do motorista, mais rodovias novas e melhorias nas atuais. A tecnologia permite reprimir os excessos da condução veicular. Aos que insistem na indústria da multa convém lembrar dos quase 225 mil mortos entre 2010 e 2014. As estatísticas atuais mostram queda, acompanhando o esfriamento da economia. E quando a economia pegar fogo?

Em longo prazo, ferrovias e transporte público como focos. Carga? O consumo energético ferroviário é de apenas 25% do rodoviário. Menos poluição, fretes mais baratos, mais exportação. Por ferrovia, transportam-se 40 vezes mais passageiros por hora do que com carros em uma faixa de rodovia.

E o dinheiro? O poder público não pode mais bancar caríssimos projetos rodoviários. Concessão e pedágio são soluções. O Estado de São Paulo sai na frente. Temos 37% da frota nacional e 32 mil quilômetros de rodovias pavimentadas, 17% destas estão concessionadas. No Brasil, apenas 7% da extensão total está privatizada.

Fala a Secretaria Estadual de Logística e Transportes. São previstos R$ 370 milhões para investir em 23 rodovias do Estado, já a partir de 2017. Em 2013, na Rodovia SP 98 Mogi-Bertioga, rodovia da tragédia de junho de 2016 com 18 mortos, o governo recuperou o pavimento, implantou faixas adicionais, tachas reflexivas e defensas, entre outros.

O DER (Departamento de Estradas de Rodagem) informa, em junho de 2017, sobre a duplicação da SP 98, entre Mogi e Arujá.

Fomos até a serra da SP 98 em 23/9/17. As linhas laterais brancas do pavimento, com ressaltos, avisam motoristas que estão quase caindo da estrada. Pavimento íntegro e via bem sinalizada. Antes da descida da serra, radares forçam a redução da velocidade. O cheiro de freios na serra e o volume de calotas caídas indicam excesso de velocidade de usuários.

Errei. Em meu artigo Rodovias do Desserviço, deixei mais emoção do que razão ao inserir a palavra desserviço, que quer dizer mau serviço. Não é o caso, para as rodovias citadas. O problema é a imprudência como fator gerador de acidentes, onde traçados obsoletos de rodovias exigem cumprimento mesmo da velocidade máxima.

Ao fim do mês de junho de 2016, a Câmara Municipal de Mogi das Cruzes pede ao governo do Estado melhorias quanto à segurança no local da tragédia de junho de 2016.

Enquanto o trecho de serra da SP 98 não sofrer obras de vulto, sugerimos radares. Ideal a curto prazo? Controle de velocidade média por trecho, como se está pensando para vias paulistanas. Criará ruptura da contra-cultura da freadinha antes do radar, para pisar novamente à frente. 




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