Após o vice-prefeito de Diadema e chefe de Gabinete, Márcio da Farmácia (PV), rejeitar ser o candidato do Paço a deputado estadual em outubro, aliados do governo do prefeito Lauro Michels (PV) tentam convencer o presidente da Câmara, Marcos Michels (PSB), de abdicar do projeto à Assembleia Legislativa para ser postulante a deputado federal, em dobrada com a secretária Regina Gonçalves (PV, Habitação), que sairia a estadual.

O Diário apurou que essa corrente já tem sido defendida há alguns dias no Paço, principalmente entre os vereadores do PV. A pressão vem se intensificando, porém, desde terça-feira, quando Lauro se reuniu com parte da bancada governista. Na ocasião, alguns parlamentares já tinham ciência da desistência de Márcio.

Defendida ainda de forma reservada, a estratégia de apostar na dobrada Regina-Marcos, sendo a secretária como a postulante do governo ao Parlamento paulista, visa, também, a eleição de 2020. Alguns governistas apostam que Regina fracassaria nas urnas neste ano, já que está longe do tabuleiro eleitoral desde o pleito de 2014, o que a tiraria definitivamente do debate sobre a sucessão de Lauro. Entretanto, em caso de êxito, ela se torna nome natural para substituir Lauro.

No pleito de quatro anos atrás, Regina foi às urnas após passar período como deputada estadual em exercício e tentou renovar o mandato na Assembleia, mas foi derrotada – obteve 58.009 votos. Além disso, recusou-se ser candidata a vereadora em 2016 para ajudar o PV a eleger maior número de parlamentares, o que acabou ocorrendo mesmo sem o nome da verde na chapa – o partido ampliou de quatro para seis cadeiras na Câmara.

INSISTÊNCIA
Apesar da investida de governistas, Marcos tende a não recuar no projeto rumo à Assembleia, já que amarrou acordo eleitoral com o DEM e com o PPS. Esse último partido já terá o deputado federal Alex Manente como postulante à Câmara dos Deputados. Ao Diário, o presidente do Legislativo diademense evitou comentar a disputa interna, mas evidenciou que não desistirá do projeto ao Parlamento paulista. “Por que o candidato governista (a deputado estadual) precisa sair do PV? Só porque é o partido do prefeito? Defendo que o PPS e o DEM também participem dessa discussão, pois ambos fazem parte do governo”, frisou o socialista.

Márcio confirmou publicamente sua desistência pelo Diário. O verde vinha esperando desde o mês passado que Lauro colocasse fim à novela, o que ainda não ocorreu. “Não adianta o Lauro lançar o candidato a estadual a contragosto (dos aliados e correligionários). Meu nome teria de ter aceitação do partido, incluindo a Regina, mas não foi o que aconteceu”, explicou o vice-prefeito, que defendeu o nome da secretária como estadual.

Regina não retornou aos contatos do Diário.