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Terça-Feira, 23 de Abril de 2024

Memória
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COLUNA
O Cangaceiro e São Bernardo

O cinema perpetuou Lampião, Maria Bonita e bando; e o rádio revive verdadeira glória do cinema brasileiro

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
11/01/2020 | 07:00
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É lampa, é lampa, é lampa, é lampo, lampião

Seu nome é Virgulino, apelido lampião...

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O jornalista Milton Parron está reprisando no seu programa semanal <CF160>Memória</CF> a vida de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. 

São três programas. No segundo, a ser apresentado neste sábado, a pauta é recheada, inclusive com a descrição do film O Cangaceiro, do diretor Lima Barreto, uma produção da Companhia Cinematográfica Vera Cruz, com estúdios preservados em São Bernardo.

A audição trará mais:

- A invasão de Mossoró, única cidade que rechaçou Lampião pela bala.

- A entrada em Juazeiro do Norte, onde um só homem segurou o bando de quase 60 integrantes do bando de lampião: padre Cícero Romão Batista.

- A emboscada em Angico e o fim do cangaço.

O FILME

O Cangaceiro foi filmado em 1952 e lançado em 1953. A maior parte das externas foi rodada em Vargem Grande do Sul, Interior do Estado de São Paulo, mas ao menos uma cena, talvez a mais emblemática, usada na própria divulgação do filme, foi filmada nos morros ainda vazios da antiga Estrada do Vergueiro, perto da Vera Cruz.

É a cena em que o bando de Lampião desfila lentamente, ao som de Mulher Rendeira, em imagens tomadas contra o sol. A canção é interpretada por Vanja Orico, e acompanhada pelo coro dos Demônios da Garoa.

Quem lembrou a cena foi um dos protagonistas do filme, Geraldo Faria Rodrigues, que depois seria eleito vereador, vice-prefeito e prefeito de São Bernardo.

Outros nomes de São Bernardo participaram, entre os quais Marisa Prado, nome artístico de uma ex-tecelã, Olga Costenaro, e Pierino Massensi, o premiadíssimo cenógrafo, natural de Roma e que veio para São Bernardo para trabalhar na Vera Cruz. Aqui ficou até a morte. Os diálogos do filme foram criados pela escritora Rachel de Queiroz e a direção musical é do maestro Gabriel Migliori.

John Wayne queria interpretar Lampião. Uma rara entrevista de Marisa Prado

Texto: Milton Parron

Este segundo programa sobre Lampião tem depoimento do engenheiro Valdemar Caracas, da Rede de Viação Cearense, que testemunhou uma farsa contra Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião. 

Lampião era tratado por Capitão Virgulino, uma patente que lhe foi outorgada indevidamente por um deputado federal da região de Juazeiro do Norte. 

Em troca da patente, que seria concedida pelo governo federal a Lampião, ele teria que ajudar a combater a Coluna Prestes, que estava chegando à região naquela época, 1926. 

Para fazer as tratativas esse deputado pediu ao padre Cícero Romão, a quem Lampião muito respeitava, que intermediasse o encontro entre o tal deputado (Floro Bartolomeu da Costa) e Lampião. 

No fim, o padre Cícero recusou-se a participar da farsa – o governo não ia dar patente alguma a Virgulino – e o deputado, temeroso, não apareceu, porém, mandou falsificar um documento simulando um decreto presidencial nomeando o cangaceiro com a patente de capitão. 

Por ignorância, ou vaidade, Lampião exigiu a partir de 1926 o tratamento de capitão. 

Está no programa o cangaceiro Volta Seca, sanguinário e, paradoxalmente, um artista refinado, compositor dos bons. Ele próprio canta duas de suas músicas famosas no Brasil inteiro até hoje. 

O filme O Cangaceiro, da Vera Cruz, foi uma das mais importantes produções do cinema nacional, lançado em janeiro de 1953. Ganhou os prêmios de melhor filme de aventura e melhor trilha sonora no Festival de Cannes e foi exibido em mais de 80 países – só na França ficou cinco anos em cartaz e acabou adquirido pela Columbia Pictures. 

No programa, os depoimentos do diretor Lima Barreto e dos artistas Milton Ribeiro, Alberto Ruschel, Vanja Orico, Marisa Prado, Dionísio Azevedo que interpretaram os papeis principais. 

A entrevista foi feita pelo repórter da rádio Bandeirantes José Carlos de Moraes, o Tico-Tico, em 1952, horas antes das filmagens serem iniciadas. Ninguém imaginava o destino glorioso que estava reservado ao filme. 

Também tem depoimento de John Wayne, famoso cowboy do cinema norte americano ao mesmo repórter, em 1954, dizendo que gostaria de interpretar Lampião em uma próxima produção. 

Diário há 30 anos

Quinta-feira, 11 de janeiro de 1990 – Ano 32, edição 7273

Manchete – IBGE comete erro e divulga inflação maior em dezembro: 53,55% 

Preços de eletrodomésticos são reajustados a cada 24 horas.

Microempresas temem os efeitos da recessão.

País aguarda definição sobre a política econômica de Collor.

Informática – Microdata faz últimos testes em sistema contra violações.

Cultura & Lazer  - Os 100 anos de Oswald de Andrade.

Em 11 de janeiro de...

1840 – Luís Pereira Barreto nasce em Resende, Rio de Janeiro. Médico, cientista, filósofo. Pioneiro em estudos do fruto do guaraná. 

Faleceu em São Paulo, em 1923. É homenageado com monumento na Praça Marechal Deodoro, na Capital, e seu nome é dado à avenida principal que interliga Santo André a São Bernardo. 

1920 –  Um homem não identificado é encontrado morto na estrada de São Bernardo. Dr. Olavo de Castilho procede ao exame cadavérico.

1945 – Decreto federal autoriza a eletrificação da estrada de ferro entre São Paulo e Jundiaí. 

Adiantava-se que o serviço se estenderia até Santo André.

1955 – São Caetano inaugura o Estádio Anacleto Campanella.

Santos do dia

- Teodósio

- Sálvio

- Honorata




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