Política Titulo Nova derrota de Morando
Câmara trava aval à privatização da Sabesp, enviada no afogadilho

Prefeito de S.Bernardo protocolou documento na manhã de ontem

Wilson Guardia
16/05/2024 | 09:23
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FOTO: Celso Luiz/DGABC


O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), protocolou, ontem, na Câmara, às 9h11, projeto de lei para autorizar a privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), porém, enfrentou resistência e a proposta não foi colocada em votação. O presidente da Câmara, vereador Danilo Lima (Podemos), chegou a fazer a leitura da peça, porém, a comissão de fiscalização de contratos e convênios do Legislativo impediu o avanço da matéria.

“Não tive a oportunidade de ler”, reclamou o presidente da comissão, vereador Lucas Ferreira (PL), ao receber o projeto com a sessão em andamento. Sem parecer favorável, a proposta fica “prejudicada” e não pode ser levada a plenário. O grupo deve dar parecer ao longo da semana e liberar a pauta para votação na próxima quarta-feira.

Crítico dos serviços prestados pela Sabesp e autor de projeto, apresentado em 2017, que prevê, a pedido dos clientes, a instalação de eliminadores de ar nos hidrômetros, o vereador Julinho Fuzari (Cidadania) também mostrou descontentamento com a atitude do chefe do Executivo. “É uma prática constante de enviar (projetos) no afogadilho.”

O vereador Eliezer Mendes (PL), secretário da comissão, também reclamou da atitude de Morando de enviar o projeto já com a sessão em andamento. “Infelizmente não teve reunião com os vereadores para falar do projeto da Sabesp. Por esse motivo não tivemos condições de dar o parecer”. Ferreira também reclamou da falta de diálogo. “Ninguém do Poder Executivo nos procurou para tratar do projeto. Por isso, pedi vista para estar a par”, completou.

A privatização da Sabesp, segundo os vereadores, deve ser analisada com cautela para não prejudicar a população e evitar desgastes nos tribunais, a exemplo do que ocorreu na Capital, com a judicialização da pauta, anulações e liminares suspensivas.

Fuzari mostra-se favorável à privatização, mas defende mais diálogo. “É preciso reuniões com técnicos para entender se não haverá aumento das contas e se o serviço ficará melhor. Não pode acontecer o mesmo que aconteceu com a Enel”, disse, referindo-se à distribuidora de energia elétrica alvo de constantes críticas.

Mendes e Ferreira garantiram que votarão a favor da venda da companhia à iniciativa privada. Todavia, pedem mais diálogo para que possam entender o projeto e, se necessário, apresentar emendas.

O líder do governo Orlando Morando na Câmara, vereador Ivan Silva (PRTB), minimizou as críticas ao prefeito, ao defender o rito no envio do projeto. “Estava disponível, em tela, nos computadores dos vereadores, desde manhã. Eles poderiam pedir a suspensão da sessão e convocar algum técnico para explicar”, declarou.

Presidente da Câmara e Prefeitura foram procurados, mas não se manifestaram. 




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